O país exportou US$ 317,18 bilhões até novembro, alcançando o maior valor em dez anos para o período
As exportações brasileiras, considerando-se o resultado acumulado de janeiro a novembro deste ano, cresceram 1,8% em relação a 2024. O Brasil exportou US$ 317,18 bilhões, alcançando o maior valor em dez anos para o período.
O resultado expressa a correta estratégia de diversificação de parceiros comerciais para outros destinos na Ásia e América do Sul, assim como, a ampliação de vendas para atuais parceiros, que atenuaram os efeitos negativos do tarifaço imposto pelo governo de Donald Trump.
Nos primeiros 11 meses de 2025, destinos como China, Rússia, Chile, México, Indonésia, Índia, Turquia, Argentina, Filipinas, Canadá e União Europeia se destacaram por aumentos significativos nas importações de produtos brasileiros, especialmente carne bovina, soja e produtos agrícolas, apesar de alguns ajustes de mercado e tarifas, mostrando uma diversificação crescente dos compradores para o Brasil.
Setores em Destaque:
Carne Bovina: Aumento para China, Rússia, Chile, México, Indonésia, Filipinas, Canadá, UE, Egito.
Soja: China continua dominante, mas com mercados diversificados como Tailândia, Espanha, Países Baixos, Vietnã, Turquia.
Óleos e Outros Agrícolas: Óleo essencial de laranja para a UE; sebo bovino para os EUA como insumo de biodiesel.
Esses dados mostram uma recuperação e diversificação das exportações brasileiras em 2025, com ganhos importantes em mercados asiáticos, latino-americanos e europeus, compensando quedas em outros destinos, em especial dos EUA.
Aliado a essa diversificação o bom desempenho de setores especializados na exportação para os EUA limitou o impacto negativo do tarifaço sobre a balança comercial, reduzindo a dependência do mercado estadunidense.
A suspensão do adicional de 40% no início de novembro, beneficiando 200 produtos, especialmente do agronegócio, conquistados pela diplomacia brasileira, incluindo gêneros alimentícios, como café, carnes, frutas e nozes, além de minérios, como petróleo e derivado, foi outro fator que trouxe uma contribuição importante para atenuar o tarifaço.
Do total de 30 setores que exportam para os EUA, 19 venderam juntos para o mercado americano US$ 21,2 bilhões de janeiro a novembro deste ano, um recuo 14,5% em relação ao mesmo período de 2024, quando não havia tarifaço. Os dados fazem parte do estudo da Fundação Centro de Estudos de Comércio Exterior (Funcex) com base nos dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Mdic).
Mesmo assim, outros 11 setores registram avanço nas vendas para os EUA e atenuaram o tombo nas exportações totais para o mercado norte americano. O total exportado por esses onze setores foi de US$ 12,9 bilhões no acumulado até novembro, ampliando as vendas para os Estados Unidos em 9,8% sobre 2024. Com isso, a queda nas exportações brasileiras totais para os EUA neste ano acabou sendo bem menor, de 6,7% no acumulado até novembro.
“Os EUA ainda têm participação relevante na nossa pauta de exportação, mas agora não são dominantes, como foram no passado”, afirmou Daiane Santos, pesquisadora da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), economista da Funcex e responsável pelo estudo.











