Foguete sul-coreano explode no Maranhão; Innospace pede desculpas

Momento em que o projétil explodiu (Foto: Reprodução - Innospace)

“Todos os procedimentos e controles de segurança do lançamento foram executados conforme projetado, dentro do sistema de segurança estabelecido de acordo com os padrões internacionais, incluindo os órgãos aeronáuticos brasileiros”, disse o diretor da empresa na carta

O foguete sul-coreano HANBIT-Nano, primeiro a operar comercialmente na Base de Alcântara, no Maranhão, explodiu depois do lançamento realizado noite de segunda-feira (22).

O lançamento ocorreu às 22h13 no Centro de Lançamento de Alcântara. No entanto, o foguete sofreu uma “anomalia” com cerca de 30 segundos de voo, já depois da fase de lançamento, e explodiu.

Kim Soo-jong, CEO da Innospace, empresa que produziu foguete, divulgou uma carta, pediu desculpas e lamentou o incidente.

“Durante esse processo, não houve qualquer dano a pessoas, embarcações, instalações terrestres ou outros bens externos. Todos os procedimentos e controles de segurança do lançamento foram executados conforme projetado, dentro do sistema de segurança estabelecido de acordo com os padrões internacionais, incluindo os órgãos aeronáuticos brasileiros”, disse na carta.

“Neste estágio, estamos nos concentrando em verificar objetivamente os fenômenos observados no ambiente de voo real, em vez de tirar conclusões sobre uma causa específica. Os resultados da análise serão compartilhados de forma transparente assim que organizados”, declarou.

Ainda de acordo com a nota, após a detecção de uma anomalia, a empresa optou por realizar a queda controlada do veículo na zona de segurança terrestre, conforme previsto no protocolo da companhia.

A Agência Espacial Brasileira (AEB) informou que todas as etapas sob responsabilidade brasileira transcorreram “de forma regular e segura”.

“Os sistemas de solo, a infraestrutura do Centro de Lançamento, os procedimentos operacionais e os protocolos de segurança funcionaram conforme o planejado, resultando em um lançamento preciso e plenamente aderente às normas internacionais”, continua a nota.

O foguete não tripulado levaria para o espaço satélites desenvolvidos por universidades brasileiras, como pelas Universidades Federais do Maranhão (UFMA) e de Santa Catarina (UFSC), além de outros equipamentos produzidos por empresas brasileiras.

A AEB apontou que “apesar da anomalia, este lançamento representa um marco histórico para o Brasil, por se tratar do primeiro lançamento comercial realizado a partir do território nacional, reforçando a maturidade operacional do Centro de Lançamento de Alcântara e sua relevância estratégica no cenário espacial global”.

A Agência ainda destacou que “eventos dessa natureza fazem parte do processo de desenvolvimento tecnológico na atividade espacial, sendo fundamentais para o aprendizado, a evolução dos sistemas e o aumento da confiabilidade em futuras missões”.

Um próximo lançamento está previsto para 2026. “Esta experiência, como exemplos de principais empresas globais de foguetes que aumentaram o nível de maturidade tecnológica durante os estágios iniciais de lançamentos comerciais reais, fornecerá uma base importante para aumentar a probabilidade de sucesso de futuras decolagens”, disse.

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