O piloto sumiu: Milei pede que argentinos “apertem os cintos”

Javier Milei quer prosseguir no desastre da austeridade (ElPaís)

Presidente anuncia que continuará “cortando gastos e reduzindo impostos”, com graves prejuízos para aposentadorias, Educação e Saúde Pública

De forma curta e grossa, o presidente Javier Milei convocou os argentinos a prosseguirem no desastre do arrocho e, em um vídeo de menos de dois minutos, exortou a que continuem “cortando gastos e reduzindo impostos” para o desmantelamento do Estado. “Apertem os cintos, porque haverá muitas outras reformas”, foi o presente de Natal do alucinado Milei.

Sem nenhum constrangimento ou vínculo com a realidade, um papai Noel neoliberal conclamava a que “as forças do céu os acompanhem”, enquanto imagens de aviões militares rasgavam o céu, como o orçamento picoteado – em especial as aposentadorias, a Educação e a Saúde Pública. Em um discurso doentio, Milei tentava fazer crer no fantasioso “processo de estabilização mais exitoso da história”, em que “tiramos 12 milhões de pessoas da pobreza”.

“Em nosso país, um dos maiores produtores de alimentos, 3,4% da população (1,6 milhão de pessoas) passam fome e 33%, ou 15,4 milhões de habitantes, vivenciam insegurança alimentar moderada. Essa situação, que se agravou este ano, afeta particularmente as crianças entre 1 e 5 anos, onde os índices de desnutrição são estimados entre 10% e 15%”, revela o site Huella del Sur (Marcas do Sul).

Entre outras inúmeras “conquistas”, um Milei completamente fora da casinha esbravejava que eliminou de forma permanente “os controles cambiais sobre a economia”, e anunciou um acordo secreto com os Estados Unidos, cujo impacto para a indústria e o comércio são igualmente desconhecidos.

Além disso, na seleção de discursos compilados, a equipe de Milei destacou a comemoração do presidente pela redução a zero dos protestos sociais, como a suposta diminuição de “9.000 piquetes por ano para zero”. Mais do que risível, o número é algo desmentido todas as semanas pela força da mobilização sindical e popular.

“Com este Congresso, iremos até o fim para fazer da Argentina o país mais livre do mundo e para nos tornarmos grandes novamente”, assinalou o lunático, em uma abjeta subordinação ao império norte-americano.

Condenando o atropelo neocolonial de um desgoverno completamente submisso ao estrangeiro e à oligarquia, a secretária de Segurança Social da Central de Trabalhadores da Argentina (CTA-T), Sandra Zapatero, afirmou que todas as quartas-feiras estarão presentes na praça em frente ao Congresso.

“Eles querem a fome para nos disciplinar. Querem o esgotamento para nos silenciar. Querem a repressão para fazer o seu trabalho sujo. Mas não nos quebrarão. Continuaremos vindo, mesmo que não nos ouçam. Continuaremos lutando, mesmo que nos reprimam. Porque não nos renderemos. Porque permaneceremos de pé. Porque a dignidade não pode ser comprometida. E porque venceremos”, afirmou.

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