PF cumpre 10 mandados de prisão domiciliar contra condenados da trama golpista

Mandados de prisão domiciliar foram cumpridos pela PF nesta manhã de sábado (27/12) (Foto: Divulgação - PF)

Fuga de Silvinei Vasques disparou alerta da Justiça contra novas tentativas de evasões

A Polícia Federal cumpre neste sábado (27) 10 mandados de prisão domiciliar contra condenados pela trama golpista, um dia após a tentativa de fuga e prisão do ex-diretor da Polícia Rodoviária Federal (PRF), Silvinei Vasques, no Paraguai.

Os alvos são condenados dos núcleos 2, 3 e 4 da trama golpista.

São eles:

Filipe Martins (está no Paraná), ex-assessor do ex-presidente Jair Bolsonaro;

Ângelo Denicoli (ES), major da reserva do Exército;

Bernardo Romão Corrêa Netto (DF), coronel do Exército;

Fabrício Moreira de Bastos (TO), coronel do Exército;

Giancarlo Rodrigues (BA), subtenente do Exército;

Guilherme Marques Almeida, tenente-coronel do Exército;

Sérgio Ricardo Cavaliere de Medeiros (RJ), tenente-coronel do Exército;

Marília Alencar (DF), ex-diretora de Inteligência do Ministério da Justiça;

Ailton Gonçalves Moraes Barros (RJ), ex-major do Exército;

Carlos Cesar Moretzsohn Rocha, presidente do Instituto Voto Legal.

Eles foram condenados pela Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) por tentativa de golpe de Estado.

Leia nota da PF na íntegra:

A Polícia Federal cumpre, na manhã deste sábado (27/12), dez mandados de prisão domiciliar, com uso de tornozeleira eletrônica, determinados pelo Supremo Tribunal Federal no âmbito das Ações Penais nº 2693/DF, 2694/DF e 2696/DF.

As ordens judiciais estão sendo cumpridas nos estados do Rio de Janeiro, São Paulo, Espírito Santo, Paraná, Goiás, Bahia, Tocantins e no Distrito Federal, com apoio do Exército Brasileiro em parte das diligências.

Além da prisão domiciliar, foram impostas medidas cautelares como a proibição de uso de redes sociais, de contato com outros investigados, a entrega de passaportes, a suspensão de documentos de porte de arma de fogo e a proibição de visitas.

A operação foi determinada pelo ministro Alexandre de Moraes, do STF.

As condenações dos réus ainda não são definitivas, ou seja, os processos não transitaram em julgado.

SILVINEI

O ex-diretor da PRF, o bolsonarista Silvinei Vasques, foi preso nesta sexta-feira (26), no Aeroporto de Assunção, capital do Paraguai, quando tentava fugir, com documentos falsos, para El Salvador, com escala no Panamá.

Na mesma sexta-feira, ele foi expulso pelas autoridades do Paraguai, em cumprimento a mandado de prisão preventiva expedido pelo Supremo Tribunal Federal. Após a formalização da expulsão, ele foi entregue à polícia, que deu “cumprimento ao mandado de prisão preventiva, encaminhando-o às autoridades competentes, onde permanecerá à disposição da Justiça brasileira”, informa a PF.

O ex-diretor da PRF foi condenado pelo STF a 24 anos e 6 meses de prisão por tentativa de golpe de Estado, entre outros crimes contra a democracia. Ele integra o “núcleo 2” da organização criminosa e foi acusado, também, de monitorar autoridades brasileiras. Também fez campanha eleitoral explícita para Bolsonaro, nas redes sociais, o que é terminantemente proibido para um servidor público.

Silvinei utilizou o órgão para impedir o acesso de eleitores, principalmente do Nordeste, às urnas nas eleições de 2022, exatamente no reduto em que então candidato Luiz Inácio Lula da Silva era favorito.

O ex-policial usou e abusou do comando da PRF para realizar operações e impedir ou dificultar que os eleitores nordestinos chegassem às suas sessões de votação.

Ele utilizou símbolos, recurso e visibilidade da corporação para promover a candidatura de Jair Bolsonaro, que concorria à reeleição, o que resultou, também, em multa de R$ 500 mil.

RAMAGEM E CARLA ZAMBELLI

Silvinei não teve a mesma sorte de Alexandre Ramagen, outro golpista condenado que se refugiou nos Estados Unidos, cuja extradição já foi solicitada pelo governo brasileiro.

O mesmo caminho da fuga foi trilhado pela ex-deputada bolsonarista Carla Zambelli, que fugiu para os EUA, após ser condenada por 10 anos por mandar violar o sistema da Justiça e falsificar um mandado de prisão. Ele também foi condenada por 5 anos de prisão por perseguir armada, na véspera do segundo turno da eleição de 2022, um eleitor de Lula, o jornalista Luan Araújo.

Zambelli saiu dos EUA e foi para a Itália, onde foi presa e aguarda decisão da justiça italiana sobre sua extradição ou não.

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