Governo oficializa reajuste de R$ 103 e salário mínimo fica em R$ 1.621 para 2026

Segundo o Dieese, a cesta básica custava R$ 841,23 em novembro em São Paulo, quase 60% do salário mínimo atual (Foto: Valter Campanato - Agência Brasil)

O governo federal oficializou em decreto o novo salário mínimo, que será de R$ 1.621 a partir de 1o de janeiro de 2026. O valor representa um aumento de R$ 103 sobre o piso mínimo de 2025, de R$ 1.518.

Em termos percentuais, o reajuste é de 6,79% – correspondendo à reposição da inflação (medida pelo Índice de Preços ao Consumidor) dos últimos 12 meses até novembro, mais um aumento real de 2,5%.

O reajuste real do salário mínimo é garantido, desde 2008, por lei, que determina que o percentual real deve ser o mesmo do crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) apurado pelo IBGE referente a dois anos antes. No entanto, a Lei Complementar nº 200/2023, que institui o novo regime fiscal, sobrepõe a regra anterior, sujeitando o crescimento das despesas primárias da União ao limite máximo de 2,5% ao ano.

Segundo estudo técnico do Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos), caso fosse aplicado o reajuste integral do crescimento do PIB de dois anos antes – de 3,4% – o mínimo seria R$ 1.636.

Em números, 61,9 milhões de brasileiros têm a renda referenciada no salário mínimo, incluindo 29,3 milhões de beneficiários do INSS, 17,7 milhões de empregados formais, 10,8 milhões de trabalhadores por conta própria, 3,9 milhões de empregados domésticos e 400 mil pequenos empregadores.

Segundo projeções, o aumento do salário mínimo deve injetar R$ 81,7 bilhões na renda da economia brasileira em 2026.

“Os efeitos da política [de valorização do salário, instituída no primeiro mandato de Lula] foram amplos e duradouros. O salário mínimo tem enorme alcance social, servindo de referência direta para trabalhadores assalariados, servidores públicos, beneficiários da Previdência Social, do Benefício de Prestação Continuada (BPC) e do abono salarial, além de influenciar a remuneração de trabalhadores sem carteira assinada. Ao elevar o piso nacional, a política contribuiu para a redução das desigualdades salariais”, afirma o Dieese.

Apesar dos avanços e garantias da política nacional de valorização do salário mínimo, o piso ainda está longe de ser o suficiente para cumprir a determinação constitucional que diz que o salário deve suprir as despesas do trabalhador e sua família com alimentação, moradia, saúde, educação, vestuário, higiene, transporte, lazer e previdência.

Segundo estudo mensal realizado também pelo Dieese, a cesta básica custava R$ 841,23 em novembro em São Paulo, a capital mais cara do país. Isso significa que um trabalhador remunerado pelo mínimo destina 59,91% do seu salário apenas para aquisição da cesta de produtos básicos.

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