Atividade econômica em outubro cai em 3 das 5 regiões do país, avalia BC

Atividade econômica do país vem desacelerando (Foto: Paulo Pinto - Agência Brasil)

O comportamento das atividades econômicas em outubro, por região, sobre o mês de setembro, medida pelo IBCR (Índice de Atividade Econômica Regional) do Banco Central (BC) apresentou as seguintes condições:

Banco Central   
           Índice de Atividade Econômica Regional
 Outubro de 2025  
 set/25out/25var.% 
Norte111,9112,40,5 
Nordeste109,4109,50,1 
Sudeste107,5107,5-0,1  
Sul111,4110,7-0,6 
Centro Oeste114,5112,0-2,2 
     

A atividade econômica caiu em três das cinco regiões do Brasil em outubro sobre setembro a partir dos dados dessazonalizados. Recuou no Sudeste, Sul e Centro Oeste e uma variação positiva no Norte e Nordeste.        

Os dados da atividade econômica (nacional) foram  divulgados no dia 15/12: recuo em  0,25% em outubro.

Dos 13 Estados acompanhados pelo BC, sete registraram alta:

Goiás: 2,7%

Rio de Janeiro: 2,2%

Bahia: 1%

Ceará: 0,6%

Amazonas: 0,5%

Minas Gerais: 0,5%

Pernambuco: 0,2%

Houve recuo em cinco estados:

Rio Grande do Sul: -2,2%

Pará: -0,8%

São Paulo: -0,8%

Espírito Santo: -0,5%

Santa Catarina: -0,1%.

Somente o Paraná manteve-se estável.

O recuo de 0,25% em outubro no IBC-BR (total Brasil), após fechar o terceiro trimestre, a atividade econômica brasileira encolheu pelo segundo mês consecutivo e fechou outubro aos 108,2 pontos na série livre de influências sazonais. Em setembro, o patamar apurado era de 108,4 pontos.

Os percentuais registrados pelo IBC-Br em outubro, confirmando a desaceleração de setembro, estão de acordo com a trajetória de desaceleração que outros indicadores já veem sinalizando.

Basicamente impactados pelas taxas proibitivas de juros, orquestradas pela taxa básica da economia, a Selic, que o BC mantém nas alturas, remunerando aplicações financeiras em níveis de 10% reais ao ano de juros. Um presente para os bancos e o rentismo, um pesar para produção e para o consumo.

As variações trimestrais do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil em 2025, na comparação com o trimestre imediatamente anterior (série ajustada sazonalmente), foram as seguintes:

Primeiro trimestre: Crescimento de 1,4%.

Segundo trimestre: Crescimento de 0,4%.

Terceiro trimestre: Crescimento de 0,1%.

Projeções de mercado indicavam uma possível recessão técnica (dois trimestres consecutivos de queda) entre o terceiro e o quarto trimestres. 

O comportamento da indústria foi de desaceleração ao longo do ano. A produção industrial acumulou alta de 1,4% no quadrimestre (janeiro-abril).

No segundo trimestre do ano, no entanto, sofreu uma forte desaceleração. A variação da produção industrial na passagem do primeiro para o segundo trimestre foi de apenas 0,1% (com ajuste sazonal), o que refletiu os efeitos da alta de juros no período.

No terceiro, a tendência de baixo crescimento continuou, com a produção industrial sustentando uma variação de apenas 0,1% em relação ao trimestre anterior.

Nesse caminho, conforme afirmou Ricardo Alban, presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), em artigo publicado no jornal O Globo em outubro recente, “os juros praticados no Brasil são uma barreira intransponível ao desenvolvimento. A taxa atual asfixia as empresas, empobrece as famílias, compromete empregos e perpetua a desigualdade. Tudo isso em nome do rentismo”.

“Não existe crescimento sustentável com juros estratosféricos. Não há espaço para inovação, reindustrialização e crédito acessível. O que se vê é a paralisia dos investimentos produtivos, com sequelas para toda a sociedade”.

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