Na terça, pela manhã, após ouvirem o testemunho da diretora da CIA, Gina Haspel, sobre o assassinato do jornalista saudita, Jamal Khashoggi, os senadores Bob Corker (republicano pelo Tenessee) e Bob Menendez (democrata por Nova Jersey) afirmaram que seus pontos de vista de que o ditador saudita, Bin Salman, esteve envolvido no crime, foram solidificados. Corker declarou que “é preciso que alguém seja decididamente cego para se negar a chegar a esta conclusão”, até antes da audiência com Haspel.
Já o senador Lindsey Graham (republicano da Carolina do Sul) que também participou do encontro, saiu de lá afirmando que o príncipe saudita é “louco e perigoso” e acrescentou que “não é um parceiro confiável para os Estados Unidos”.
O desaparecimento de Khashoggi aconteceu no início de outubro, quando entrou no consulado saudita em Istambul e, a partir daí, nunca mais foi visto. Os sauditas já confirmaram o despacho de um esquadrão de 15 homens com a finalidade de matá-lo da forma mais cruel e violenta. Mas as autoridades sauditas negam qualquer envolvimento do príncipe na ação.
Há diversas denúncias de que ele chegou a conversar com o jornalista pouco antes do crime ser levado a cabo. Agora, o encontro a portas fechadas teve como consequência as declarações de convicção dos senadores.
Essas consequências não são surpreendentes, depois da própria CIA ter declarado “grande confiança nas provas de que o príncipe dirigiu o assassinato”, mas se colocam em choque com a intenção do presidente Trump, de manter o apoio militar à Arábia Saudita em sua intervenção genocida no Iêmen. Uma votação estabelecendo que a casa legislativa deve debater o assunto em plenário foi recentemente aprovada por larga margem (63 a 37).
Trump já declarou que o príncipe pode ter algum envolvimento, mas que, independente de se houve ou não “é um grande parceiro”, mas os acontecimentos apontam que o Senado está se distanciando desta insanidade.