O recém-empossado presidente do México, López Obrador, suspendeu os leilões de petróleo por três anos e disse que as empresas que receberam contratos sob a reforma energética do país no governo anteiror precisam parar de especular e começar a produzir.
Obrador acrescentou que os contratos concedidos pela chamada “reforma energética” de 2013, que encerrou o monopólio da petrolífera estatal Pemex após oito décadas, estavam seguros – desde que fossem produtivos.
“Não vamos cancelar contratos. O que queremos é que aqueles que os receberam demonstrem que vão investir e produzir”, disse o presidente, que assumiu o cargo no sábado, dia 1º.
“Em quatro anos de reforma energética, a Pemex investiu muito pouco. Mas apenas 2% de todo o investimento da empresa foi aportado por investidores estrangeiros”, disse López Obrador. “Com esses contratos não houve extração de um único barril de petróleo”.
Então não podemos continuar entregando territórios para a extração de hidrocarbonetos se não há investimento e, o mais importante, se não há produção.”
“Vamos ter uma trégua de três anos para que haja investimento. Nós não queremos títulos de investimento que são usados apenas para especulação. Queremos que eles produzam e nós precisamos deles pois a produção está caindo”, enfatizou Obrador.
Alguns dos campos concedidos em uma série de leilões de petróleo realizados desde 2015 continham descobertas, mas outros eram blocos de exploração que exigem perfuração e que, até agora as petroleiras estrangeiras não avançaram em nada começar a produção com novos poços.
De acordo com a política anterior, o México deveria realizar uma nova rodada de leilões de petróleo em fevereiro. De qualquer forma, alguns dos ativos incluídos nesse leilão não eram convencionais, e o presidente Obrador descartou categoricamente o fracking – a tecnologia necessária para explorá-los.
“Vamos intervir e a Pemex terá mais investimentos agora. Em poucos dias, começaremos a perfurar mais poços ”, disse ele. “Vamos reativar” alguns poços com produção em declínio, disse ele.
“Em 10 dias, vamos para Campeche e começaremos a perfurar uma boa bateria de poços para interromper a queda na produção e começar a produzir mais petróleo”, finalizou o presidente.