O governador Márcio França (PSB) fez uma avaliação do processo político de 2018 e disse, em entrevista no fim de semana ao Estadão, que “o resultado de São Paulo [capital] foi fabuloso”. “Vejo quando ando pelo cidade, especialmente nas periferias”, afirmou. “É claro que o ideal seria ganhar, mas saí maior do que entrei dessa eleição. A Vitória na capital me credencia à Prefeitura de São Paulo”, acrescentou França.
Em sua opinião, a eleição estadual “foi muito influenciada pelo quadro nacional”. “É difícil perder, mas essa eleição foi nacionalizada demais”, disse ele, lembrando que “a grande eleição daqui a dois anos é a de São Paulo”. Ele disse que vai ajudar o PSB nacionalmente também. “Como todo mundo acompanhou a eleição de São Paulo muita gente agora quer me conhecer”, observou.
França afirmou que defende o PSB caminhando separado do PT e em oposição a Bolsonaro. “Eu não me reuni com a bancada, mas a tendência é ser oposição. Quem coloca a gente na oposição é o povo”, destacou. Quando foi questionado se deveria estar junto com o PT, França disse que, se depender dele, “o PSB estará separado do PT”.
Para Márcio França, houve falta de opções nas últimas eleições. “Do ponto de vista do País, ficou a direita do Bolsonaro e a esquerda do PT”, disse. Para ele, Eduardo Campos representava uma opção que conseguiria superar essa polarização. “Ele era a pessoa que podia fazer essa intermediação (entre direita e esquerda)”, afirmou.
O governador questionou se Bolsonaro conseguirá manter uma base coesa no Congresso. “Na prática não se tem o controle sobre todos os deputados. Tenho dúvidas sobre os deputados do PSL. Os deputados do PSL não têm tradição partidária. Não sei se vão fazer sacrifícios. Não vejo um grau de lealdade nem sinto uma organização ideológica no partido. Eles são desse mundo youtuber da internet”, afirmou o governador.