Os estudantes franceses, estimulados pelos protestos dos Gilets Jaunes (Coletes Amarelos), pararam em 450 escolas durante o dia 11, e saíram às ruas com palavras de ordem de ‘Fora Macron’. Ao final do dia, segundo a agência de notícias Reuters, 60 escolas estavam ocupadas pelos estudantes.
A revolta também se deu pela truculência policial utilizada contra os estudantes em manifestações de dias anteriores, com os policiais ordenando que os estudantes ficassem de joelhos e voltados para muros, como forma de intimidação, o que foi respondido com mais mobilização, atendendo à convocação da UNL, entidade nacional que congrega os estudantes secundaristas.
Os estudantes não aceitam mudanças nos exames de final de curso denominadas agora de ‘Bac’ mudanças que tiram as possibilidades de escolha que os estudantes têm de serem arguidos por questões gerais de ciências, literatura e ciências sociais, para questões em torno de cursos mais específicos.
Esta forma de provas, juntamente com novos critérios de seleção para as universidades, segundo denunciam os manifestantes jovens, vão aprovar alunos mais ricos, que estudam em escolas mais aparelhadas, em detrimento dos que cursam escolas mais pobres, a maioria em regiões periféricas às grandes cidades.
A marcha dos estudantes se dirigiu à sede do Ministério da Educação, “mas a polícia não os deixou passar”, como denuncia a jornalista Nadia Massih, da rede France 24.
“Os estudantes deram as costas para os policiais e com as mãos sobre a cabeça se ajoelharam para recordar os policiais da truculência dos dias anteriores”, relata Nadia.
“Vamos continuar protestando até que atendam as nossas demandas”, afirmou Jules Spector, presidente da Federação Independente e Democrática dos Secundaristas (FIDL). O líder estudantil denuncia que o governo Macron não fez nenhum gesto em direção aos estudantes e “espera o fim do ano para que o movimento retraia”.
Os líderes estudantis destacam seu apoio e inspiração nos Coletes Amarelos, mas mantêm as especificidades e demandas de seu movimento.