O presidente cassado da Generalitat [Governo da Catalunha], Carles Puigdemont e outros quatro dirigentes terão de comparecer no dia 17 a um tribunal de Bruxelas, que decidirá se os extradita ou não a Madri, como solicitado pelo regime Rajoy & monarquia, sob acusação de “rebelião, sedição, malversação e conexos”. Eles estão em liberdade provisória.
No dia 21 de dezembro serão realizadas eleições – sob intervenção – na Catalunha, decisão que se seguiu à aplicação do artigo 155 da constituição espanhola para cassar o executivo e o parlamento regional e negar qualquer negociação sobre o referendo que votou pela separação como decorrência de uma década de austeridade, desemprego e retrocesso na autonomia sob a Troika. Rajoy nomeou como interventora sua vice, Soraya de Santamaría, que gosta de posar de “Dama de Ferro” espanhola.
No dia 2, a juíza espanhola Carmen Lamela decretou a prisão de oito dirigentes catalães cassados, entre eles o vice-presidente Oriol Junqueras, sob alegação de “risco de fuga, reiteração delitiva e destruição de provas”. A penas para os crimes de que são acusados os catalães são de 25 anos (rebelião), 15 anos (sedição) e 8 a 10 anos (malversação de fundos públicos). Trabalhadores catalães convocaram uma greve geral na região contra a intervenção para o dia 8, cuja realização já foi contestada pela entidade patronal regional.
A ex-candidata presidencial socialista francesa de 2007, Ségolène Royal, em entrevista sobre a crise na Catalunha, declarou que “qualquer um pode ver o estranho que é encarcerar pessoas, no coração da Europa, por levar a cabo uma luta ideológica”. Ela acrescentou que as instituições europeias deveriam “proporcionar um foro para a negociação”.