A Polícia Federal conseguiu obter novos indícios do repasse de dinheiro vivo em Minas Gerais destinado ao senador Aécio Neves (PSDB/MG).
O parlamentar tucano é o principal alvo de uma investigação, que apura um esquema criminoso suspeito de ter captado ilicitamente R$ 128 milhões do grupo J&F, que controla o frigorífico JBS.
Um dos empresários ouvidos durante a Operação Ross, deflagrada na terça-feira (11), confirmou a entrega de propina ao senador. Ronosalto Pereira Neves, sócio da MartMinas Distribuidora, confirmou à PF que realizou uma operação financeira para gerar R$ 1,1 milhão em espécie a pedido da JBS.
O empresário disse que a operação foi feita por um pedido direto de Joesley Batista, dono da JBS, e que o dinheiro foi retirado nos escritórios da MartMinas por um gerente da própria empresa de proteína animal, de nome Roberto.
Outro empresário varejista já havia prestado depoimento similar. O dono do Supermercado BH, Waldir Rocha Pena, relatou à Receita Federal que realizou entregas de dinheiro vivo em caixas de sabão a Frederico Pacheco, primo de Aécio.
“No dia das entregas, o dinheiro em espécie era acondicionado em uma caixa de sabão em pó e repassado ao enviado da JBS”, disse o empresário. Segundo Waldir, foram feitas quatro entregas. Elas aconteciam diretamente do supermercado para um indicado por Aécio Neves e outro de Zezé Perrella – que seriam os “enviados da JBS”.
Waldir também foi intimado a depor na Operação Ross, mas acertou com os investigadores que prestaria depoimento em uma nova data a ser agendada posteriormente.
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