Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgados nesta quinta-feira (13), as vendas do comércio varejistas tiveram uma queda de -0,4% em outubro, na comparação com setembro. É a segunda queda mensal consecutiva e o pior resultado para outubro desde 2013.
Na comparação com o mesmo mês do ano passado, o setor registrou alta de 1,9%. No acumulado do ano, o resultado foi positivo em 2,2%. Em 12 meses também houve avanço, de 2,7% encerrado em outubro, mas desacelerou frente ao crescimento de 2,8% no período encerrado em setembro.
Os resultados apontam para um fim de ano com a economia seguindo ladeira abaixo, se contrapondo às “expectativas” para o setor. Expectativas essas ainda medíocres: 0,1% na comparação mensal e 3,2% sobre um ano antes, segundo pesquisa da Reuters.
O ritmo da venda no varejo segue o desempenho dos demais setores da economia. O exemplo maior está na produção industrial, setor que reflete o conjunto da economia do país, que teve uma variação de 0,2% em outubro, após três quedas consecutivas. E o PIB registrou um crescimento pífio de 0,8% no 3º trimestre.
Com o desemprego ainda elevado e o crescimento recorde do trabalho informal, o que cresce é o endividamento das famílias e empresas, ao mesmo tempo em que o salário segue no sentido oposto. Já soluções apresentadas até o momento pelo governo de Bolsonaro só lavariam à manutenção, ou piora, desse quadro. Informalidade, supressão de direitos trabalhistas e salário mínimo ainda mais arrochado.
Desempenho por segmento
De acordo com o IBGE, a queda nas vendas de combustíveis e lubrificantes foi o que mais contribuiu para resultado total do varejo em outubro. Nos últimos 12 meses, o resultado para o segmento foi de -5,6%, e no acumulado do ano, a queda foi de -5,1%.
“Os combustíveis vêm sendo impactados pelo aumento sistemático de preços, podemos ver isso porque há aumento nas receitas”, comentou Nunes.
Entre os segmentos, as maiores quedas, na comparação com setembro, foram registradas nas vendas de livros, jornais, revistas e papelaria (-7,4%), móveis e eletrodomésticos (-2,5%) e tecidos, vestuário e calçados (-2%). Abaixo, o desempenho por segmento:
Combustíveis e lubrificantes: -1,2%
Hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo: 0,3%
Tecidos, vestuário e calçados: -2%
Móveis e eletrodomésticos: -2,5%
Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos: 0,9%
Livros, jornais, revistas e papelaria: -7,4%
Equipamentos e material para escritório, informática e comunicação: -0,8%
Outros artigos de uso pessoal e doméstico: 0,7%