Os mais de dois meses de protestos estudantis colombianos terminaram com vitória do movimento com estudantes universitários, professores e o governo da Colômbia chegando a um acordo que inclui um investimento de 1,4 bilhão de dólares nas 32 universidades públicas durante os próximos quatro anos.
Álex Flórez, um dos líderes das 14 marchas que mexeram com o país, afirmou em entrevista ao diário El Tiempo que “depois de dois meses de mobilização, o movimento estudantil e os professores conseguimos um primeiro acordo”.
O pacto, asseverou, “mesmo que ainda insuficiente, é histórico, não se havia conseguido antes. Por tanto, o apresentamos à sociedade colombiana e à comunidade universitária como um avanço significativo que devemos defender”.
O presidente da Associação Colombiana de Representantes Estudantis da Educação Superior, Alejandro Palacio, destacou que “o ensino público colombiano há muitos anos que não recebe investimento, na melhor das hipóteses o orçamento tem sido corrigido pela inflação, piorando a condição de vida da comunidade e sucateando todos os equipamentos necessários para uma boa educação. O acordo, embora seja um primeiro passo, é uma grande vitória”.
O aumento do investimento, que se soma aos 13,5 bilhões de dólares já destinados pelo governo à educação pública, deve se dividir em três partidas. Uma será aplicada em salários e no funcionamento das instituições, outra irá para melhorar a infraestrutura e a terceira se destinará ao pagamento da dívida que se acumula há anos.
“Fico profundamente alegre em dar esta boa notícia ao país: através do diálogo conseguimos um acordo responsável com estudantes e professores. Destinando mais 1,418 bilhão de dólares adicionais para a educação superior pública neste quatriênio fortalecemos a nossa sociedade”, assinalou o presidente da República, Ivan Duque, que assumiu o cargo no mês de agosto.
O acordo foi concluído após 16 sessões de uma mesa de diálogo coordenada pela ministra da Educação, María Victoria Angulo.