“Com orgulho, festejamos o Dia da Revolução Democrática e Cultural, há 13 anos, o 18 de dezembro de 2005. Primeiro, recuperamos a Pátria e agora temos a nova Bolívia”, comemorou na terça-feira o presidente Evo Morales, junto a 20 mil manifestantes que lotaram o estádio poliesportivo de Quillacollo, em Cochabamba.
Ao lado do vice-presidente Álvaro García Linera, Evo anunciou que o país acaba de alcançar um novo recorde em seu Produto Interno Bruto (PIB), US$ 40,5 bilhões, cifra que supera em US$ 4 bilhões a de 2017 e é quatro vezes e meio superior à de 2005, quando venceu as eleições pela primeira vez.
Evo lembrou quando em maio de 2006 “nossa mão não tremeu” para nacionalizar os hidrocarbonetos e resgatar a riqueza em benefício de todos. Um fabuloso capital que estava concentrado em mãos de 21 poderosas multinacionais petrolíferas, frisou, e que uma vez retomado permitiu extrair da pobreza a 3 milhões de bolivianos, pouco menos de um quarto da população de 11 milhões de habitantes.
Entre outros avanços, destacou o líder boliviano, o país andino concretizou a industrialização dos seus hidrocarbonetos – garantindo entradas de US$ 36 bilhões -, além do lítio e do ferro, fortaleceu a agricultura e a pecuária em parceria com as empresas privadas, e construiu e pavimentou milhares de quilômetros de rodovias.
“Não podemos dar nem um passo atrás, não podemos retroceder. Vamos continuar avançando com a unidade do povo, dos nossos movimentos sociais, dos nossos profissionais”, acrescentou Evo, candidato à reeleição em 2019. Saudando a mobilização da militância, que derrotou o imperialismo e a oligarquia separatista que “nos chamava raça maldita”, o presidente lembrou que “desde 1825, graças à unidade, temos honrado as palavras de Túpac Katari, que antes de morrer disse: ‘Eu morro e voltarei milhões’. Agora somos milhões”, enfatizou, sob aplausos.
O presidente saudou a Central Operária Boliviana (COB), que pela primeira vez na história decidiu apoiar formalmente uma candidatura mudanças, da mesma forma que inúmeras entidades sindicais e populares como a de transportes e cooperativas. “Nossa força política se converteu num instrumento para unir campo e cidade, leste e oeste, profissionais e não-profissionais, integrar com a construção de caminhos, nacionalizando a Empresa de Telecomunicações (Entel), com o satélite, uma grande integração com diferentes setores”, destacou.
Para Jacinto Herrera, secretario-executivo da Confederação Sindical Única de Trabalhadores Camponeses da Bolívia (Csutcb), “são 13 anos de resistência aos ataques dos neoliberais, de estabilidade econômica, de entrega diária de obras, porém, sobretudo, 13 anos de ensinamento aos neoliberais que vieram para roubar. Nosso governo demonstrou e ensinou a governar, dignamente recuperamos a soberania”.
Durante todo este tempo, houve uma disputa constante contra “a ingerência internacional do imperialismo ianque”, destacou o principal dirigente da COB, Juan Carlos Huarachi, acrescentando que os movimentos sociais continuarão defendendo o processo de mudanças. “Quando se fala de processo, se fala de povo, destas pessoas que ofereceram suas vidas nas ruas, rodovias e acampamentos mineiros pelos direitos e pelo país”, frisou.
“O povo está contigo, presidente, e aqui estão todas as entidades do campo e da cidade. Tem que continuar para que a Bolívia siga melhorando no plano econômico e social. Isso é o que o país quer, não quer racismo, não quer fascistas”, ressaltou Segundina Flores, líder da Confederação Nacional de Mulheres Camponesas Indígenas Originárias da Bolívia-Bartolina Sisa.