A Indonésia continua em alerta com a atividade do vulcão Anak Krakatoa cuja erupção no último sábado provocou uma avalanche submarina e um tsunami posterior, cujo balanço de vítimas subiu para 373 mortos e mais de 1.400 feridos nesta segunda-feira, (24), anunciou a Agência Nacional de Gestão de Desastres. Outras 128 pessoas seguem desaparecidas. No desastre, mais de 600 construções, incluindo casas, hotéis e estabelecimentos comerciais, e mais de 400 barcos ficaram danificados.
O fenômeno não foi precedido por um terremoto, o que normalmente acontece e dá às autoridades tempo para transmitir um alerta e preparar a população. As ondas gigantes teriam sido provocadas por deslizamentos sob a água causados por erupções do vulcão que fica numa pequena ilha vulcânica que surgiu no oceano meio século depois da terrível erupção do vulcão Krakatoa em 1883. É um dos 127 vulcões ativos da Indonésia.
12.000 residentes foram evacuados para zonas elevadas das ilhas. A busca de sobreviventes e de desaparecidos continua. “O número de vítimas e de danos seguirá aumentando”, disse Sutopo Purwo Nugroho, porta-voz da Agência Nacional de Gestão de Desastres.
RESGATE
O resgate mobiliza entidades civis, Cruz Vermelha, e Forças Armadas indonésias. A ONU chama a uma ampla participação internacional para apoiar as vítimas sobreviventes.
As autoridades indonésias afirmaram em um primeiro momento que não havia tsunami, e sim um aumento da maré, e pediram à população que não entrasse em pânico e ficasse nos lugares. “Se houve um erro a princípio, lamentamos”, escreveu Nugroho mais tarde no Twitter.
“A combinação provocou um tsunami repentino que atingiu a costa”, afirmou Nugroho, antes de destacar que a Agência Geológica da Indonésia trabalha para elucidar o que aconteceu exatamente.
Na praia de Tanjung Lesung, em Java, a onda gigante atingiu um palco onde acontecia um show do grupo de música pop “Seventeen” e arrastou a estrutura contra o público. Um vídeo que circula pelas redes sociais mostra o momento do desastre.
Em uma mensagem, o vocalista do grupo, Riefian Fajarsyah, anunciou as mortes do baixista e do empresário que organizava a turnê, assim como o desaparecimento de outros dois músicos, um técnico e de sua esposa.
Só durante o último ano, morreram 3.050 pessoas devido a fenômenos naturais, na Indonésia. As ilhas de Java e Lombok foram as mais afetadas, registrando, respectivamente, três e cinco ocorrências. A Indonésia, uma das áreas mais propensas a sofrer catástrofes no planeta, fica no chamado Anel de Fogo do Pacífico, onde se encontram placas tectônicas e que registra grande parte das erupções vulcânicas e terremotos do planeta