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Jair Bolsonaro criticou, em entrevista ao SBT Brasil, nesta quinta-feira (3), a atuação do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) no caso das movimentações financeiras suspeitas de R$ 1,2 milhão de Fabrício Queiroz, ex-assessor de seu filho, deputado Flávio Bolsonaro, na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj). “Quebraram o sigilo bancário dele sem autorização judicial. Cometeram um erro gravíssimo. Um absurdo o que fizeram”, disse ele.
Além de aventar a suposta ilegalidade nas investigações da PF e do MPF, Bolsonaro insinuou que está sendo perseguido pela imprensa. Ele disse que o Coaf apontou indícios de irregularidade nas contas de 18 servidores da Assembleia do Rio de Janeiro, mas a imprensa deu destaque apenas ao caso do Fabrício Queiroz. “A potencialização em cima dele e de meu filho foi para me atingir”, disse. “Esse é o tratamento que recebo. Não tem problema, eu estou acostumado a ser tratado assim”, afirmou.
As críticas ao Coaf, ao MPF e à PF não procedem porque o relatório do órgão, citado por Bolsonaro, foi solicitado exatamente pelo Ministério Público e pela Polícia Federal. Ele foi obtido em inquérito nascido da Operação Furna da Onça, desdobramento da Operação Lava Jato no Rio de Janeiro. A Polícia e o Ministério Público Federal desbarataram um esquema de corrupção na Alerj que acabou mandando dez deputados estaduais para a prisão. Durante a realização de um pente fino nas movimentações financeiras dos funcionários da Assembleia, chegou-se às movimentações suspeitas de Fabrício Queiroz. O funcionário já faltou a duas convocações para depor no Ministério Público do Rio de Janeiro, que investiga o caso. (https://horadopovo.org.br/apos-sumico-queiroz-apresenta-atestados-e-nao-explica-nada/)
O Coaf identificou que, além da movimentação de R$ 1,2 milhão na conta de Queiroz, haviam depósitos regulares de nove funcionários do gabinete em sua conta. Esses depósitos coincidiam com as datas de pagamento dos salários da Alerj. Um desses funcionários depositantes, Wellington Servulo Romano da Silva, por exemplo, nem no Brasil residia. O Coaf também descobriu, durante as investigações, que a filha de Queiroz, Nathalia, lotada no gabinete de Jair Bolsonaro em Brasília, mas residindo no Rio, realizou um depósito de R$ 87 mil na conta do pai. Outra movimentação identificada foi um depósito de R$ 24 mil feito por Queiroz na conta de Michelle Bolsonaro, esposa do presidente.
Ao mesmo tempo em que criticou a atuação do Coaf, Bolsonaro tentou se esquivar da responsabilidade sobre o que chamou de “rolos” do ex-funcionário. “Ele sempre gozou de minha confiança. Eu o conheço desde 1984 quando foi meu soldado na Brigada Paraquedista, depois foi trabalhar no gabinete do meu filho, deputado no Rio. Eu sei que ele fazia rolos, que vendia carros, mas, eu não tenho nada a ver com essa história. Ele responde pelos seus atos. Se tiver algo errado que pague a conta quem cometeu esse erro”, disse ele, negando que pretenda conversar com o investigado. (https://horadopovo.org.br/eu-faco-dinheiro-disse-queiroz-sobre-os-r-12-milhao-flagrados-em-sua-conta/)
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