Em sua entrevista ao SBT Brasil, nesta quinta-feira (3), Jair Bolsonaro disse que não descarta a instalação de uma base militar norte-americana no Brasil. “A aproximação minha com os EUA é uma questão econômica, mas pode ser bélica também”, destacou. A afirmação foi feita após Bolsonaro afirmar que “tem muita gente de olho na Amazônia” e que a questão do clima é só um pretexto para “nos punirem e até nos atacarem militarmente”.
“De acordo com o que puder vir a acontecer no mundo, quem sabe você tenha que discutir essa questão [da base americana] no futuro”, acrescentou Bolsonaro, que não demonstrou preocupação com a soberania nacional em decorrência de uma força estrangeira montar base em uma das áreas brasileiras mais cobiçadas do mundo. Preferiu delegar exatamente a estrangeiros, particularmente a um governo especialista em ocupar e agredir outros países mundo à fora, a defesa de nossa soberania. Certamente não foi isso que lhe foi ensinado nas FFAA.
O governo norte-americano mantém atualmente mais de 800 bases militares, presentes em todos os continentes. Grande parte dessas bases e seus soldados e armas estão localizadas em países que possuem matérias-primas estratégicas e petróleo, ou são do interesse geopolítico dos EUA. Não é exatamente a soberania desses países – onde as bases estão instaladas – que está sendo defendida. O objetivo dos EUA está muito distante disso. Eles seguem espoliando os povos através do uso da força. Até porque, na economia e na tecnologia, eles são um país em declínio.
Bolsonaro prosseguiu dizendo que “nós devemos ter a supremacia na região”. Só faltou explicitar a quem ele se referia ao falar esse “nós”. Até porque, em seguida, ele revelou o quanto é amesquinhada a sua visão sobre o Brasil e a capacidade de nosso povo e de nossas FFAA superarem seus problemas.
“Eu reconheço a minha posição. Nós sabemos que o presidente Trump é o homem mais poderoso do mundo”, disse o recém ocupante do Palácio do Planalto, ressaltando que “o Brasil não produz uma máquina que faz as quatro operações”. O Brasil produz satélites e aviões de guerra, mas Bolsonaro, com essa afirmação, faz questão de menosprezar todo o acúmulo obtido até aqui para bajular os outros, particularmente os EUA. E, além do mais, ele está pendurando o país numa canoa furada. Trump, convenhamos, não está com essa bola toda. As empresas chinesas que o digam.