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Não é por acaso que Jair Bolsonaro passou boa parte da campanha polemizando em questões secundárias e se esquivando das discussões programáticas. Segundo pesquisa Datafolha, divulgada neste sábado, as medidas anunciadas agora, e que ele escondeu dos eleitores, centradas em “privatizações aceleradas” e nos “cortes de direitos trabalhistas”, são rejeitadas pela maioria da população brasileira. São 61% contra as privatizações e 57% que não querem redução de direitos na CLT, revela o instituto.
Somente 34% concordam que o governo deve vender o maior número possível de suas empresas. Outros 5% não têm opinião formada, e 1% se diz neutro. Mesmo entre os que concordam, apenas 19% o fazem totalmente. Outros 15% apoiam parcialmente a ideia.
Em relação aos cortes de direitos trabalhistas, somente 39% são a favor. Sendo que apenas 22% o fazem integralmente e 17% em parte. Aqui, homens, mais ricos e moradores do Sul são mais favoráveis à medida. No espectro de simpatia partidária, aqueles que gostam do PSL de Bolsonaro lideram: 50%. O PSL passa a ser o partido mais identificado com privatizações e cortes de direitos. Entre os que mais a condenam estão os mais pobres, mulheres, moradores do Centro-Oeste e do Norte.
O estudo mostra ainda que entre os eleitores que simpatizam com o PSDB, partido historicamente ligado às privatizações, o número de apoiadores da venda de estatais caiu para 41%. A maioria dos tucanos, 59%, passou a ser contra as vendas. Só entre os partidários da sigla de Bolsonaro e entre os mais ricos, que ganham mais de dez salários mínimos, o apoio às privatizações é majoritário: 65% e 56% respectivamente.
O instituto perguntou também se os eleitores concordam com a visão de que as mulheres ganharem menos que os homens é um problema das empresas e não do governo. Metade dos ouvidos discordou. Outros 47% concordaram, um empate dentro da margem de erro de dois pontos com o percentual de quem concorda, enquanto 1% se disse neutro e outro 1% não soube responder.
Entre as mulheres, 52% acham que é problema do governo, enquanto 45% disseram que era assunto das empresas. Já entre homens, houve empate em 49% dos que concordaram com o enunciado e 48% que discordaram. A pesquisa, realizada em 18 e 19 de dezembro, ouviu 2.077 pessoas em 130 cidades. A margem de erro é de dois pontos percentuais, para mais ou menos.