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O ex-ministro Antonio Palocci prestou nesta segunda-feira (7) o primeiro de três depoimentos ao Ministério Público Federal (MPF), em Brasília, no âmbito das investigações da Operação Greenfield, que apura desvios em fundos de pensão.
De acordo com as investigações, as fraudes nos fundos de pensão de servidores de estatais, como a Funcef (Caixa Econômica Federal), Petros (Petrobras), Previ (Banco do Brasil) e Postalis (Correios), podem somar mais de R$ 8 bilhões.
Por ter participado dos governos do PT, Palocci foi ministro da Fazenda de Lula e ministro da Casa Civil na gestão de Dilma Rousseff, a expectativa é que ele possa trazer informações sobre os desvios. Os depoimentos seguem até quarta-feira (9), conduzidos pelo procurador Frederico Siqueira Ferreira, um dos integrantes da força-tarefa criada para investigar o caso.
Em uma das denúncias sobre o esquema que já foram apresentadas à Justiça Federal, 14 investigados se tornaram réus, incluindo o ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto. O grupo foi responsável por um prejuízo de R$ 402 milhões ao Funcef, em valores atualizados até 2015. R$ 5,9 milhões foram direcionados ao PT.
Em novembro, em depoimento ao juiz Sérgio Moro, Palocci falou que os fundos de pensão foram obrigados diretamente por Lula a injetar dinheiro no esquema de propina na contratação de navios sondas para a Petrobrás pela empresa Sete Brasil. “Dentro desse investimento, tinha todo o ilícito possível”, afirmou Palocci. “A ordem de Lula e Dilma”, segundo o ex-ministro, “era que os cinco ex-dirigentes dos fundos, indicados pelo PT, capitalizassem o projeto sonda”. Veja aqui.
Palocci cumpre prisão domiciliar depois de ter sido beneficiado com acordo de colaboração premiada na Operação Lava Jato. O ex-ministro assinou seu acordo com a Polícia Federal de Curitiba em abril do ano passado. O documento foi homologado dois meses depois pelo Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4).
Com os depoimentos ao MPF, a defesa do ex-ministro busca fechar outro acordo de colaboração. Essa negociação aborda especificamente fatos vinculados aos fundos de pensão de estatais, como a injeção de recursos bilionários desses fundos na Sete Brasil, empresa criada a pretexto de construir sondas para a exploração de petróleo no pré-sal. O objetivo era arrecadar dinheiro para campanhas do PT.
O Ministério Público Federal em Brasília também está investigando irregularidades atribuídas ao atual ministro de Economia, Paulo Guedes, na gestão de um fundo de investimentos que contou com aportes de fundos de pensão das estatais. As fraudes foram apontadas em documentos da Previc (Superintendência Nacional de Previdência Complementar), analisados no âmbito da Operação Greenfield.
Conforme os documentos da Previc, em seis anos Guedes captou R$ 1 bilhão de fundos de pensão geridos por apadrinhados do PT e do PMDB.
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