Privatizar ou liquidar aproximadamente 100 estatais está nos planos do novo governo, afirmou o ministro de Infraestrutura, Tarcisío Gomes de Freitas. Em entrevista à radio CBN, ele disse que a prioridade da sua gestão é dar suporte para diminuição do tamanho do Estado, entregando o patrimônio público construído por décadas para a iniciativa privada.
“É possível colocar isso em prática, se você parar para pensar que há muitas subsidiárias. O BNDES tem algumas subsidiárias, o Banco do Brasil tem muitas subsidiárias, a Caixa tem subsidiárias, a Eletrobrás tem grande quantidade de subsidiárias. Se você leva em consideração essas subsidiárias, é possível realmente bater num número próximo desse [de 100 empresas]. Não estamos falando só de privatizações, mas de liquidações de empresas que hoje não fazem tanto sentido”, afirmou.
As subsidiárias listadas na fala do ministro estão sob gestão estatal justamente pelo seu interesse estratégico. É o caso dos bancos públicos e das distribuidoras do grupo Eletrobrás, que nos estados fornecem energia à população sem interesses lucrativos.
Segundo Freitas, essas mesmas empresas que não “fazem tanto sentido” tem grande potencial de retorno e por isso devem ser atrativas para a iniciativa privada, sobretudo para investidores estrangeiros.
“Precisamos atrair investidor exportador de capital. Temos que mostrar que nossos projetos são bons, vão dar boas taxas de retornos”, afirmou.
Pelo modelo de concessões de projetos de infraestrutura, o ministro disse que o plano é entregar mais 5,6 mil quilômetros de rodovias e realizar a relicitação de até 4 mil quilômetros de concessões atuais.
“Felizmente temos plano montado. Sabemos exatamente o que fazer. O que colocar na iniciativa privada. Temos plano completo para ferrovias, no setor portuário e metas ousadas para rodovias”, disse.
A liquidação de empresas, já nos planos da equipe de Bolsonaro, foi facilitada por um decreto publicado no dia 30 de dezembro, que transfere aos ministérios interessados o poder de decretar a liquidação.
Sem investimentos, essas empresas são tidas como deficitárias – o que facilita o processo de entrega da exploração dos serviços prestados por elas para a iniciativa privada. Esse é o caso da Companhia de Armazéns e Silos do Estado de Minas Gerais e da Companhia de Docas do Maranhão, cujo processo de liquidação já foi iniciado por Temer.