![](https://horadopovo.com.br/wp-content/uploads/2019/01/Toffoli-nel-jr.jpg)
O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Dias Toffoli, redistribuiu para Gilmar Mendes a relatoria de todos os processos ligados à Operação Furna da Onça no âmbito do tribunal. A decisão retirou o caso das mãos da ministra Cármen Lúcia.
A Furna da Onça, que levou à cadeia dez deputados estaduais e servidores da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro, também flagrou as movimentações financeiras suspeitas de Fabrício Queiroz, motorista do deputado estadual e senador eleito Flávio Bolsonaro.
O Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) analisou documentos apreendidos na operação, apontando que o funcionário do gabinete do filho de Bolsonaro movimentou R$ 1,2 milhão de janeiro de 2016 a janeiro de 2017. Além de trabalhar no gabinete de Flávio, Queiroz é amigo pessoal de Jair Bolsonaro de longa data. Veja aqui. Leia também aqui.
Cármen Lúcia estava cuidando do caso uma vez que havia, de início, um entendimento de que essas investigações tinham relação com a Operação Cadeia Velha, que prendeu os deputados Jorge Picciani, Paulo Melo e Edson Albertassi. Eles também são alvos da Furna da Onça e, por isso, a ministra estava trabalhando nos dois processos, em decorrência da ligação entre eles.
A Furna da Onça mira um esquema de corrupção e lavagem de dinheiro, onde os deputados estaduais movimentaram quase R$ 55 milhões com loteamento de cargos públicos. Todos os pedidos de habeas corpus relativos aos deputados presos vinham sendo decididos por Cármen Lúcia.
“Furna da Onça” é uma referência a uma sala localizada ao lado do plenário da Alerj (Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro) utilizada por parlamentares para reuniões curtas entre as seções do plenário. Diz-se que a sala ficou conhecida como “Furna da Onça” porque os deputados iam ao local para discutir assuntos palpitantes.
A decisão de Toffoli aconteceu mediante uma reclamação do deputado investigado André Corrêa (DEM). A defesa já tinha entrado com uma reclamação falando que as duas investigações não estão compactuadas. Toffoli decidiu negar o pedido.
Os advogados do deputado entraram com embargos de declaração. Toffoli decidiu então mudar de entendimento e resolveu tirar de Cármen Lúcia essas investigações, redistribuindo os pedidos de habeas corpus para Gilmar Mendes, conhecido por sua benevolência com os malfeitores endinheirados.
Em um de seus primeiros atos à frente do governo, Bolsonaro manteve a indicação, feita de última hora por Michel Temer, da advogada Samantha Ribeiro Meyer, nada menos do que a ex-mulher de Gilmar Mendes, para o Conselho de Administração de Itaipu Binacional. Ela vai receber um salário de R$ 27 mil por mês até 2020.
Cabral e dez deputados da Alerj são denunciados na Operação Furna da Onça
Bolsonaro confirma “boquinha” de R$ 27 mil em Itaipu para ex-mulher de Gilmar Mendes