
O Ministério de Relações Exteriores da Rússia afirmou que o ex-fuzileiro naval norte-americano Paul Whelan, que está detido no país por acusações de espionagem, foi pego no momento em que ele estava conduzindo atividades ilegais em seu quarto de hotel em Moscou.
“Ele foi pego em flagrante”, assinalou o ministro de Relações Exteriores, Sergei Lavrov, durante coletiva de imprensa nesta quarta-feira, 16. “Ele foi detido no momento em que estava conduzindo atividades ilegais específicas em seu hotel”, frisou.
Whelan, um ex-fuzileiro naval dos Estados Unidos que também possui passaportes britânico, canadense e irlandês, foi detido pelo Serviço Federal de Segurança da Rússia no dia 28 de dezembro.
O portal de notícias russo Rosbalt.ru publicou, no início deste mês, que uma fonte da inteligência russa não identificada divulgou que Whelan foi detido logo depois de receber um pendrive contendo uma lista de todos os funcionários de uma agência estatal secreta do país.
A mesma fonte disse que Whelan trabalhava como espião há 10 anos, usando a internet para identificar alvos para conseguir obter informações e que a lista de funcionários com a qual ele foi encontrado era de interesse de espiões dos EUA há muito tempo.
Lavrov informou que a investigação contra Whelan continua e que sua prisão não foi motivada pelo desejo de trocá-lo por cidadãos russos detidos nos Estados Unidos. “Nunca fazemos essas coisas. Volto a dizer que [Whelan] foi preso com as mãos na massa”, enfatizou o chanceler russo.
Em meados de dezembro, na sua conferência de imprensa anual, o presidente Vladimir Putin negou que Moscou faria retaliações contra Washington, segundo o princípio “olho por olho, dente por dente”, pela detenção de cidadãos russos nos Estados Unidos acusados de espionagem. Assegurando que neste terreno é preciso ser “muito cuidadoso”, Putin negou que a Rússia vá “prender pessoas inocentes só para trocá-los por alguém”.
A família de Whelan diz que ele é inocente e que estava em Moscou para comparecer a um casamento. Whelan pode enfrentar até 20 anos de prisão se for condenado por espionagem.