(HP 22/06/2011)
Seguindo orientação da presidenta Dilma Rousseff, o Conselho de Administração da Petrobrás rejeitou, na sexta-feira (17), a proposta da Diretoria da estatal de repassar à Sete Brasil, empresa recém criada, os 49 navios contratados pelo Programa de Modernização e Expansão da Frota da Petrobrás (Promef). A Companhia tem apenas 10% de participação na Sete Brasil, enquanto os fundos de pensão (Previ, Petros, Funcef e Valia) e os bancos Bradesco e Santander controlam os outros 90%. A empresa tinha como objetivo inicial a construção das sondas necessárias à exploração do pré-sal pela Petrobrás.
O veto de Dilma à transferência das embarcações à Sete Brasil garantiu que a Petrobrás mantivesse sua frota para transporte de petróleo, através da Transpetro, a maior armadora da América Latina.
Para a Transpetro, “ter uma frota própria de navios não é luxo, é estratégico”. Um país sem sua frota de navios fica à mercê dos navios estrangeiros ou de “conveniências”, que transportam o que querem, quanto querem e quando querem, além de causarem enormes perdas de divisas ao país.
Na década de 70, o Brasil foi o segundo maior fabricante de navios de grande porte do mundo. Com as encomendas do Promef, já é o quarto maior fabricante de navios petroleiros.
A inauguração do primeiro navio petroleiro, após 13 anos, em maio do ano passado, marcou a retomada da indústria naval brasileira. O navio foi batizado com o nome de João Cândido, o almirante negro líder da Revolta da Chibata. Mais dois navios foram lançados ao mar no ano passado no Rio de Janeiro e batizados com os nomes de Celso Furtado e Sérgio Buarque de Holanda.
O Promef faz parte do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento).