Oito adversários de Renan Calheiros se reúnem nesta quinta-feira (31), pela segunda vez, para tentar um consenso que unifique o voto “anti-Renan”. A eleição para o comando da Mesa do Senado está programada para esta sexta-feira (01). O número de parlamentares que se apresentam como candidatos à presidência do Senado, na véspera da votação, é recorde. São nove no total.
São eles, Tasso Jereissati (PSDB-CE), ), Simone Tebet (MDB-MS), Alvaro Dias (Podemos-PR), Ângelo Coronel (PSD-BA), Davi Alcolumbre (DEM-AP), Esperidião Amin (PP-SC), José Reguffe (Sem partido-DF), Major Olímpio (PSL-SP) e Renan Calheiros (MDB-AL). Renan disputa pela quinta vez a presidência do Senado. São necessários 41 votos para a eleição em primeiro turno. Renan Calheiros, como sempre, acenou para tentar ser o candidato preferido do Planalto. Ele fez isso em relação aos governos Collor, Sarney, FHC, Lula, Dilma e Temer. Agora chegou a vez de Bolsonaro.
A manobra não parece estar dando certo desta vez. Cresce a articulação anti-Renan. Como forma de constrangê-lo, legendas como o PSDB, o PSD, a Rede e parte do PMDB resolveram defender o voto aberto e anunciaram que seus senadores darão publicidade sobre como vão votar. “Se eu pudesse dar um conselho a ele (Renan) neste momento, eu recomendaria que ele não fosse candidato. Não é um bom momento”, disse o líder da Rede, senador Randolfe Rodrigues (AP).
PSDB, PSD e Progressistas também já se posicionaram pela votação aberta. A avaliação é que as chances de Renan diminuem numa eleição cujo voto não seja secreto, já que alguns senadores podem se sentir constrangidos em votar no senador alagoano diante dos inquéritos que ele responde no Supremo.
O senador Cid Gomes (PDT-CE), que articula um bloco de oposição no Senado, declarou apoio a Tasso Jereissati e também aconselhou Renan a desistir da disputa.
Em outros momentos, ter a maior bancada favoreceu o MDB, mas pela há duas candidaturas no partido (Renan e Tebet). A tendência é, portanto, que os votos para a sigla sejam distribuídos entre os dois. Simone Tebet e Tasso Jereissati unificaram o discurso anti-Renan. Ela é uma das defensoras do voto aberto para a escolha do presidente.
A escolha dos membros da Mesa do Senado é precedida de reunião preparatória. Pelo Regimento Interno, a escolha do presidente da Casa, precede a eleição dos demais membros da mesa diretora (dois vice-presidentes e quatro secretários) com diferentes funções estatutárias. De acordo também com o regimento, essa reunião tem que ser presidida por um membro da Mesa Diretora anterior que permaneceu. No caso desta nova legislatura, o único remanescente é o senador Davi Alcolumbre.