Por se tratar de uma tragédia humana, a emoção transborda e acaba servindo como elemento de manipulação e propaganda por humanos “bem intencionados”. Um dos casos que chamou a atenção foi a equipe militar de resgate israelense que chegou para supostamente salvar vidas e resgatar corpos com seus equipamentos ditos de alta tecnologia, mas que foram refutados pelo corpo de bombeiros.
Hoje, a tropa israelense está se retirando de Brumadinho. Chegaram dia 27 a noite e saem hoje, dia 31 às 15 h, praticamente 3 dias atuando em solo brasileiro. Mais de 250 pessoas continuam desaparecidas e por que não ficam mais para localizar os corpos soterrados na lama? Não é para isso que servem os equipamentos que trouxeram? Alguma autoridade informou o motivo da saída dos israelenses? O que fizeram durante esses 3 dias? Qual o resultado concreto?
O jornal “Estado de São Paulo” traz algumas respostas em matéria de 30/01/19 (https://goo.gl/SMAueb):
“Já em relação ao retorno das tropas israelenses, o governo brasileiro não sabia explicar exatamente as razões à noite. A divisão de protagonismo de trabalho no socorro às vítimas da tragédia de Brumadinho tem causado vários “curtos-circuitos” entre o governo de Minas e as Forças Armadas. Essas colocaram um contingente de mil homens, desde sexta-feira, para auxiliar no resgate de sobreviventes. Só que não houve solicitação de uso do grupo. O governo de Minas informou que não havia necessidade daquele tipo de apoio e, se precisasse, solicitaria. A avaliação de militares é de que o salvamento de Brumadinho “está muito politizado”.
A revista Veja publica “Presença de militares de Israel incomoda Exército brasileiro. E também bombeiros de Minas que atuam no resgate em Brumadinho” de 29/01/19 (https://goo.gl/C8EGQv):
“A presença de militares de Israel para ajudar nas buscas em Brumadinho (MG) gerou incômodo em oficiais do Exército brasileiro. E também nas forças militares de Minas que trabalham no cenário da tragédia.
O capitão Bolsonaro, ao aceitar a ajuda do amigo Netanyahu, abriu arestas em sua própria casa.
Na caserna, virou motivo de chacota a imagem de um israelense se afundando na lama e sendo retirado por um bombeiro de Minas.
A constatação de que o maquinário israelense não é apropriado para terreno com tanta lama também gerou piadinhas.
Não bastasse, militares do Exército estão de prontidão, mas foram descartados pelo governador Romeu Zema.”
Revista Veja, de 31/01/19: “Após quatro dias, militares de Israel deixam resgate em Brumadinho” (https://goo.gl/FnDVX7).
Do portal Brasil 247, “Soldados de Israel vão embora sem que ninguém saiba o que fizeram”, de 31/01/19 (https://goo.gl/jWSmtH):
“Os soldados de Israel, que supostamente vieram ao Brasil para auxiliar no resgate das vítimas do crime-catástrofe provocado pela irresponsabilidade da mineradora Vale, privatizada de maneira obscura nos anos 90 pelo governo FHC, irão retornar ao seu país de origem sem que ninguém tenha ideia do que eles, de fato, vieram fazer no Brasil; tida como uma articulação eminentemente ‘marqueteira’, a vinda do destacamento do Exército Israelense gerou dúvidas e indignação, expondo o viés de exploração de um drama sem precedentes para mais um lance de aproximação com um governo chefiado por um contumaz violador de direitos humanos, Benjamin Netanyahu; governo não soube explicar saída do grupo israelense.”
E para quem pretende se informar mais sobre a presença de Israel em Brumadinho e o que esse estado representa em termos de violações dos direitos nacionais e humanos do povo palestino, segue a matéria da jornalista Soraya Misleh, na Carta Capital, de 31/01/19: “Israel: ajuda fake e uso da tragédia em Brumadinho” (https://goo.gl/3TFeKX)
Para que os seguidores fanáticos de Bolsonaro e de seu amigo Netanyahu, primeiro ministro de Israel, não digam que se tratam de críticas infundadas ou matérias maldosas da imprensa de esquerda ou de direita, fiquem tranquilos, escolham a que preferirem.
Toda a ajuda para salvar vidas e resgatar corpos em Brumadinho é bem-vinda, venha de onde vier, mas não nos façam de trouxas e não tentem usar a tragédia para meros fins de marketing político e interesses escusos.
EMIR MOURAD, engenheiro civil
Só não sei porque a Rússia, países islâmicos ricos como Arábia Saudita, Irã, países europeus não fizeram questão em enviar ajuda?
Não são afeitos a uma demagogia. Ou você achou que os israelenses vieram ajudar?