O novo reajuste nos preços de combustíveis autorizado pela Petrobrás na semana passada foi responsável por deixar o preço da gasolina até 7,87% mais caro em alguns lugares do país.
Pagando absurdos R$ 4,49 pelo litro da gasolina em Goiânia, motoristas revoltados realizaram protestos na segunda-feira (13), exigindo o fim dos preços abusivos. Caminhoneiros, motoristas, taxistas e donos de veículos particulares fecharam acessos a postos e bloquearam a entrada e saída de distribuidoras.
“Até os caminhoneiros que chegam para carregar o combustível estão aderindo ao protesto, porque eles também são impactados por tudo isso”, contou o presidente da Cooperativa de Motoristas Particulares do Estado de Goiás, Fabrício Feitoza, que contabilizou a participação de mais de 200 motoristas no protesto.
Em áreas urbanas, motoristas formaram filas nos postos para abastecer apenas R$ 0,50 em protesto.
Após aumento de 2,3% na gasolina e de 1,9% no diesel mês passado, a Petrobrás comandada por Pedro Parente autorizou novo reajuste de 0,6% e 1,9%, respectivamente, nas suas refinarias. O preço médio da gasolina no país pela primeira vez ficou acima de R$ 3,90 e; do diesel, de R$ 3,24 por litro. O etanol, apesar de não ter sofrido reajuste nas refinarias, também foi reajustado nos postos e chegou a R$ 3,29 o litro em alguns estados do país.
GÁS DE COZINHA E ENERGIA ELÉTRICA
Além dos reajustes da Petrobrás, o governo Temer aumentou este ano a incidência do ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadoria e Serviços) sobre os combustíveis. O impacto disso é sentido direto nos preços das mercadorias que circulam pelo país para chegar nas casas, ou seja, basicamente tudo.
Após sucessivos aumentos, o preço do gás de cozinha chegou a acumular alta de 4,49% em outubro, o que deixou a população ainda mais indignada. Outro preço administrado que teve impacto direto sobre as famílias foi o da energia elétrica, que subiu 3,21% em outubro após a adoção da bandeira vermelha nível 2, que acrescenta na conta de luz R$ 5 por cada 100 quilowatt-hora consumido.
Apesar de o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), que mede a inflação, não ser precisa com relação à diminuição do poder de compra das famílias no último período, o impacto do aumento do preço do gás de cozinha e da energia fez com que o índice do grupo “habitação” disparasse 1,33% apenas em outubro.
PRISCILA CASALE