A Prefeitura de Pará de Minas (MG) decretou estado de emergência devido à contaminação do rio Paraopeba, que foi atingido pela lama de rejeitos da barragem da Vale em Brumadinho.
O decreto municipal aponta o rio como a principal fonte de abastecimento da cidade, onde vivem cerca de 100 mil habitantes, e que as outras fontes existentes só conseguem abastecer a cidade em períodos chuvosos, no período de seca o Paraopeba é essencial.
Na segunda-feira (04), uma análise feita por uma equipe da Fundação “SOS Mata Atlântica” confirmou a situação crítica do Rio Paraopeba na região de Pará de Minas, com índice de oxigenação abaixo do aceitável e turbidez superior ao considerado normal.
“Neste momento de período das águas conseguimos manter, mas na estiagem não vamos conseguir e devemos tomar medidas urgentes no que se diz respeito a um reservatório. A capacidade seria de segurar, no máximo, 15 dias se a estiagem fosse agora”, afirmou o prefeito do município, Elias Diniz.
Segundo a prefeitura, apesar de a empresa Vale ser responsabilizada a garantir o abastecimento da população atingida pelo desastre em Brumadinho com água potável, nenhum plano oficial da empresa foi apresentado ao município até o momento. Desta forma, o Executivo se mantém inseguro, temendo o período de estiagem.
“A Vale será notificada a providenciar represamento e trazer soluções conjuntas. O que a gente precisa é que as ações sejam objetivas. Que a população e a Vale no ajude nesse cenário uma vez que a maior parte da nossa captação vem do Paraopeba. Nossos mananciais não conseguem suprir esse montante”, explicou.
Além dos possíveis prejuízos no abastecimento, foram avaliados os impactos na produção agrícola do município, conhecido pela criação de frangos e suínos, além das plantações existentes no entorno da região do Rio Paraopeba.
“Não sabemos se leva a água ou se elas serão deslocadas. Propriedades foram cadastradas semana passada pelo IMA e Emater. O procedimento inicial foi criar um plano de ação para atender a demanda”, disse o prefeito.
O documento ressalta ainda que dados de monitoramento de uma nota oficial no dia 31 de janeiro são inconclusivos sobre a real situação do rio e não elimina a possibilidade da contaminação da água do rio por metais pesados e materiais radioativos.
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