“Consideramos que o primeiro-ministro Hariri está preso pela Arábia Saudita”, afirmou o presidente libanês, Michel Aoun, acrescentando que a detenção dele “é uma agressão ao Líbano”.
O presidente do Líbano, Michel Aoun, voltou a exigir o retorno imediato do primeiro-ministro de seu país, Saad Hariri. “Consideramos que o primeiro-ministro Hariri está preso pela Arábia Saudita”, afirmou Aoun.
Aoun afirmou que considera a detenção dele e de seus familiares “uma agressão ao Líbano e uma violação das Convenções de Viena e das leis de direitos humanos”.
“Nada justifica sua ausência do país por 12 dias”, afirmou ainda o presidente.
A ida intempestiva de Hariri à Arábia Saudita, o fato dele ter ficado praticamente incomunicável durante 9 dias, para depois de muita pressão internacional que envolveu a França, o Egito e a Rússia, dar uma entrevista a sua TV no Líbano se demonstrando tenso, contendo lágrimas e inseguro, numa postura inteiramente distinta de seu perfil, colocaram mais certeza de que Hariri está detido, apesar de se dizer na entrevista “um homem livre” e depois haver mandado mensagem via tuíter de que “em dois dias estaria de volta ao Líbano”.
A interferência saudita na vida social e política do Líbano está conectada a entendimentos com o governo de Trump que, logo após assumir foi à Arábia Saudita, dançar a dança das espadas com os sheiques de lá e propôs que todos deviam se unir contra o terrorimos iraniano. Isso, apesar do Irã não atacar nenhum país (à exceção do conflito Irã-Iraque, há quase 40 anos), enquanto que os Estados Unidos instiga conflitos, tenta derrubar governos que não se submentam, como ocorre na Síria, ocupa território estrangeiro. Desde então seu parceiro, o reinado saudita, atacou o Iêmen, ameaça e bloqueia o Qatar, financia terroristas na Síria e, agora tenta desestabilizar o Líbano. Em todos os casos a ação saudita tem sido uma só trapalhada do ponto de vista diplomático e uma derrota do ponto de vista militar.
Parece que dentro dos palácios sauditas nem todos estão de acordo com esta aventura insana e desgastante. Este, e não o combate à corrupção que deve campear no seio da nobreza mais conservadora e improdutiva do mundo, que vive à sombra da renda do petróleo, é o que se mostra como a causa verdadeira para o avanço do príncipe Mohamed bin Salman sobre 11 príncipes e dezenas de outros profissionais e lideranças regionais.
Além disso, a Arábia Saudita, faz uma triangulação a favor da recolonização da região pelos EUA e em favor do expansionismo israelense sobre os palestinos. A trama visava desestabilizar o Líbano, criar rixa interna contra os guerrilheiros do Hezbolá e, como revela movimento não usual de tropas israelenses no norte de Israel, provocar nova guerra contra o Líbano. Mas a postura serena do líder do Hezbolá, Hassan Nasrallah, do presidente e demais líderes governamentais do país tem frustrado o projeto belicoso saudita-norte-americano.