O ministro da Educação de Bolsonaro, Ricardo Vélez Rodriguez, foi notificado pela ministra do Supremo Tribunal Federal (STF), Rosa Weber, para que dê explicações formais sobre suas declarações em relação aos brasileiros.
Entre outras coisas, Vélez, em entrevista à revista Veja, afirmou que “o brasileiro viajando é um canibal. Rouba coisas nos hotéis, rouba assentos salva-vidas no avião. Ele acha que sai de casa e pode carregar tudo”.
O ministro é colombiano, mas se naturalizou brasileiro.
A notificação atende a um pedido apresentado pelo advogado Marcos Aldenir Ferreira Rivas, que considera que o ministro cometeu os crimes de calúnia e difamação. “As acusações do senhor Vélez, além de demonstrarem que dito alienígena não é merecedor da naturalização brasileira que lhe foi concedida, muito menos o é de ser ministro de Estado da Educação”, afirma o advogado.
Segundo a assessoria do ministro, Vélez Rodriguez estava se referindo a casos específicos de jovens.
Quatro dias depois da ministra Rosa Weber notificá-lo para que se explicasse sobre as declarações, o ministro de Bolsonaro culpou a revista Veja, alegando que a publicação teria colocado suas palavras “fora de contexto”.
“Amo o Brasil e o nosso povo, de forma incondicional, desde a minha chegada aqui, em 1979, e, especialmente, desde a minha naturalização como brasileiro, em 1997”, escreveu no Twitter, na manhã da segunda-feira (18).
Para completar o cenário, Ricardo Vélez Rodríguez ainda pede desculpas “a quem tiver se sentido ofendido” por ter afirmado que o brasileiro se transforma em um “canibal” quando viaja ao exterior.