A Família Bolsonaro decidiu promover o linchamento público do ministro Gustavo Bebianno, que comandou a sigla pela qual o capitão reformado – de pijama, como se diz na caserna – se elegeu presidente da República.
O ministro havia sido denunciado pelo crime de empregar laranjas para desviar recursos do Fundo Eleitoral.
É impossível deixar de reconhecer que os Bolsonaro possuem invulgar conhecimento em matéria de embolsar recursos públicos através de laranjas.
O filho que responde pelo codinome “01”, senador Flávio Bolsonaro, é investigado por cultivar um laranjal em seu antigo gabinete de deputado estadual, na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro, coordenado pelo notório Queiroz, membro honorário da milícia do Rio das Pedras.
Há suspeitas de que o filho “02”, vereador Carlos Bolsonaro, tenha apontado o dedo para Bebianno a fim de desviar a atenção do laranjal da família.
Mas há também a informação já confirmada de que Bolsonaro ficou furioso com o ministro ao saber, no hospital, que ele havia marcado reunião com um figurão da Globo (Paulo Tonet) no Palácio do Planalto.
“Como você coloca nossos inimigos dentro de casa?”, disse o presidente no áudio vazado pela imprensa.
A truculência, o sectarismo e o primarismo da “nova política” dos Bolsonaro têm deixado os potenciais aliados do governo ressabiados e pouco motivados a se incorporarem à sua base na Câmara e no Senado.
As altas patentes militares que investiram na aventura de colocar um desequilibrado na presidência da República têm muito a explicar ao povo brasileiro. Não dá para dizer que foi pensando em controlá-lo, pois excluíram o “mito” da ativa em 1988, aposentando-o aos 33 anos de idade, por estarem convencidos de que o sujeito não era normal.
E por falar em aposentadoria, Bolsonaro abiscoitou a primeira, no valor de R$ 10.000, com metade da idade mínima que pretende impor aos trabalhadores – e, agora, em janeiro, a segunda, como parlamentar, no valor de R$ 29.301,45. Mas essa já é uma outra história…
SÉRGIO RUBENS
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