A temporada de fechamento dos resultados econômicos de 2018 endossa que o país encerrou mais um ano distante da recuperação da recessão.
Refletindo esses números, o Banco Central (BC) divulgou na sexta-feira passada (15) o seu Índice de Atividade Econômica (IBC-Br) – dado que funciona como uma “prévia” do PIB (Produto Interno Bruto) e tenta antecipar os resultados que mais tarde serão divulgados de maneira mais apurada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Segundo o BC, a economia cresceu 1,15% no ano passado. Somado aos dois anos seguidos de PIB negativo e ao crescimento esdrúxulo de 2017, isso desenha um panorama interpretado por economistas como “um passo para o lado”.
Em 2018 o país acumulou 12 milhões de desempregados e 27,4 milhões de subempregados, resultado de dois anos de crise severa, mas também da manutenção de uma política econômica recessiva. A eleição de Bolsonaro, que assumiu ao lado de Paulo Guedes prometendo reduzir o papel do estado, cortar direitos e desinvestir deprimiram ainda mais qualquer intenção investimento e resistência.
A indústria, conforme aponta o Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (IEDI) “foi quem mais refletiu” as perdas de 2018.
“Seu resultado encolheu progressivamente até registrar novamente um trimestre recessivo no final do ano: -1,1% no 4º trim/18 frente ao mesmo período do ano anterior. Deste modo, sua recuperação foi cortada pela metade: de +2,5% em 2017 para +1,1% em 2018. Este é um retrocesso patente para um setor que ainda tem muito das perdas recentes para compensar”, avaliou o instituto após divulgação do resultado anual da produção industrial pelo IBGE, frisando que para 57% do total dos segmentos industriais, 2018 foi pior do que 2017.
Para o setor de serviços, que hoje responde por mais de 70% da formação do PIB do país, 2018 também não foi nada fácil. Após quatro anos seguidos de desempenhos anuais negativos, o setor fechou 2018 acumulando -0,1%.
Também segundo pesquisa da FGV (monitor do PIB), a economia em 2018 variou apenas 1%.
O PIB (soma de todos os produtos e serviços produzidos no país) oficial deve ser divulgado pelo IBGE no início de março.