Em 13 capitais brasileiras o desemprego é o maior dos últimos sete anos. Além disso, 19 capitais ficaram com médias de desemprego maiores que a média nacional, que foi de 12,3% em 2018.
Esses números, apresentados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) na sexta-feira (22), demonstram a falta de realismo das análises de que o país estaria retomando o crescimento econômico e o reiterado fracasso da tese que achatando os ganhos dos trabalhadores haveria incentivo a novos investimentos por parte do empresariado.
Cinco das seis capitais mais industrializadas ficaram com médias acima da nacional. São Paulo (SP): 14,2%; Rio de Janeiro (RJ): 12,6%; Belo Horizonte (MG): 12,5%; Salvador (BA): 16,1% e Recife (PE) com 16,3%, apenas Porto Alegre (RS) apesar de alta, com 9,5%, teve média inferior.
Salvador foi a capital com maior crescimento na taxa de desemprego, de 14,9% pra 16,1%.
Manaus (AM): 18,1% e Macapá (AP): 18,2% foram as capitais com o maior desemprego.
Maceió (AL): 16,7%; São Luís (MA): 16,4% e Aracaju (SE) com 16,4% também apresentaram médias muito mais elevadas que a média.
Florianópolis, Campo Grande e Goiânia foram as capitais com a menor taxa de desemprego apurada em 2018, ainda assim nada confortável com índices entre 6% e 7%.
Dezoito capitais tiveram taxas de desocupação médias menores que 2017. Foram reduções pouco significativas que apenas acompanharam o sofrível desempenho no índice nacional cuja redução foi de 0,4%. Em 2018 a taxa de desemprego foi de 12,3% enquanto em 2017 foi de 12,7%.
“Percebe-se que o problema é mais forte nos grandes centros urbanos, acompanhando as maiores concentrações da população. É um desemprego metropolitano, bem maior do que no interior do país”, comenta o coordenador de Trabalho e Rendimento do IBGE, Cimar Azeredo.
“Observamos que nenhuma capital ou região metropolitana teve redução na desocupação entre 2014 e 2018. Ao contrário, há aumentos bastante expressivos no período”, acentua Cimar, focalizando as variações no período desses quatro anos.
Carteira assinada
Segundo o pesquisador, a carteira de trabalho assinada teve queda em todos os estados entre 2017 e 2018.
Desde 2014 vem caindo. “Isso revela a qualidade do emprego sendo gerado nos últimos anos. Com a redução da carteira de trabalho e o aumento da informalidade, a contribuição para a Previdência também cai, o que cria problemas mais à frente”. Essa queda acumulada é inclusive maior do que a que ocorreu em 2018 sobre 2017.
Os trabalhadores sem carteira assinada em 2018 eram 11,2 milhões de pessoas, ou 25,4% do total. Frente a 2017, houve aumento de 4,5% (482 mil pessoas). Mato Grosso com 54%; Goiás com 52,8% e Maranhão 49,2% estiveram à frente nesse triste recorde.
Santa Catarina (12%), Rio Grande do Sul (17,6%) e São Paulo (18,6%) ficaram entre as menores das elevadas taxas de pessoas sem carteira assinada.
Desalento
O percentual de pessoas que desistiram de procurar emprego cresceu 12,3% em relação a 2017. A média anual foi de 4,73 milhões de pessoas, 13,4% maior que 2017 quando eram 4,17 milhões.