O jornalista e escritor Chris Hedges, vencedor do Pulitzer, maior prêmio de jornalismo dos Estados Unidos, denunciou que a imposição à RT de se registrar sob a lei Fara de 1938 é “censura bruta” e “um dos mais horríveis golpes para a liberdade de imprensa desde a caça às bruxas anti-comunista da década de 1950”.
Isso nada tem a ver com a “disseminação da propaganda russa”, assinalou Hedges, mas é impulsionado pelo desejo de silenciar as “críticas do capitalismo e imperialismo americanos”, feitas através da RT América. Ele também advertiu que as medidas tomadas contra RT são “o começo, não o fim, de uma amplo combate à liberdade de imprensa”.
“Uma vez que este precedente da censura estatal seja considerado normal, os meios de comunicação mais distantes e mais flexíveis serão o alvo”, afirmou Hedges .
Também o jornalista e escritor Max Blumenthal considerou a imposição à RT “um precedente para silenciar a mídia dissidente” e apontou que a cruzada contra as plataformas de mídia independentes “ganhará impulso”.
Blumenthal observou que o governo dos EUA não apresentou nenhuma prova, como exigido pela lei Fara de 1938, de que a RT estava levando instruções do Kremlin, apontando que a verdadeira razão para a arbitrariedade é que a RT “está fornecendo uma plataforma para vozes como eu que criticam a política externa EUA, que criticam a expansão da Otan, que criticam o apartheid de Israel”.
Ele também se referiu ao cinismo da CNN que criticava as “notícias falsas de Trump” e agora “não diz nada, absolutamente nada” sobre “este claro ataque à liberdade de imprensa”.
Por sua vez o candidato a vice da chapa de Jill Stein pelo partido Verde em 2016, o líder negro Ajamu Baraka, considerou a medida contra a RT de “ultrajante e que deve ser oposta por todos os que apóiam o fluxo livre de informação”. Para Baraka, o “novo macartismo na América está sendo liderado por democratas centristas e liberais, utilizando a noção quase cômica de que a Rússia possui o poder e a influência para não só impactar eleições, mas também criar tensões raciais”.