Pela quarta semana consecutiva, milhares de pessoas se reuniram na capital de Montenegro, Podgorica, no sábado para pedir a renúncia do presidente Milo Dukanovic por corrupção e abuso de poder. “Milo ladrão!”, bradaram os manifestantes nas ruas.
Dukanovic traiu a Iugoslávia e depois a União de Sérvia e Montenegro, tendo com ajuda dos serviços secretos britânicos e americanos decretado em 2006 a “independência” da pequena Montenegro, com 620 mil habitantes, na costa do Mar Adriático, depois anexada à aliança imperial Otan, que bombardeou a Iugoslávia há 20 anos, massacrando milhares de civis.
Desde então Dukanovic vem se mantendo no poder graças à corrupção e fraude eleitoral, apesar dos repetidos protestos contra a roubalheira e contra a anexação à Otan. Sua promessa de integrar Montenegro à União Europeia jamais foi cumprida.
A multidão também exigiu o afastamento dos principais cúmplices de Dukanovic, o primeiro-ministro Dusko Markovic, o procurador do Estado Supremo, Ivica Stankovic, e o procurador-geral do crime organizado, Milivoje Katnic.
“Nós não somos o perigo para este país … aqueles que estão o destruindo por 30 anos são o perigo real”, afirmou à Reuters uma professora, Marija Backovic, presente ao protesto.
A malversação do dinheiro público em Montenegro não era propriamente um segredo, mas a questão voltou à tona com o rompimento com Dukanovic do até então aliado Dusko Knezevic, que expôs as negociatas escusas do governo.
Desde o esquartejamento da Iugoslávia após as guerras fratricidas impostas de fora, bombardeios da Otan,. golpe de estado em Belgrado e morte do ex-presidente Slobodan Milosevic, inocente, num cárcere de presídio da Otan, os Bálcãs seguem em torvelinho. Recentemente, a nova Macedônia do Norte foi anexada pela Otan.