Comandados por mulheres, dezenas de milhares de manifestantes do movimento “coletes amarelos” voltaram às ruas de Paris e das principais cidades francesas neste sábado (9), pelo 17º final de semana, para exigir justiça social e a renúncia do presidente Emmanuel Macron.
Na capital, a marcha se concentrou no Arco do Triunfo seguindo até os Jardins de Luxemburgo, onde se encontra o Senado. Vestidas de rosa, as babás se somaram à mobilização, levantando alto a bandeira da França, ao mesmo tempo em que protestavam contra uma reforma que vai afetar o subsídio ao seu desemprego.
Participando desde o começo do movimento, Nejeh Farhat, de 40 anos, defendeu a “convergência” para que a pauta de reivindicações seja vitoriosa, contra uma governo que é sinônimo de fome e retrocesso. “Quanto mais formos, mais fortes seremos. O combate não mudou. A prioridade é conseguir encher a geladeira”, enfatizou.
O mesmo espírito de unidade popularizado pelo colete de alta visibilidade ficou expresso na determinação feminina – muitas carregando balões rosas e cartazes por salários e direitos iguais – que transbordou as ruas de Lyon, Bordeaux, Toulouse, Nantes, Lille e Le Puy-en-Velay, entre outras cidades.
Alguns manifestantes fizeram uma rápida concentração no aeroporto parisiense Charles de Gaule, tremulando bandeiras e dançando. Na Champs-Élysées, bombas de gás lacrimogêneo e jatos de água foram usados para dispersar o protesto.
As manifestações populares que iniciaram em 17 de novembro passado – com passeatas e bloqueios de estradas – como críticas ao plano de Macron de aumentar o imposto do combustível, rapidamente se converteram em um amplo movimento pelo fim do seu governo.
Ao final do ato foram lançadas as convocações para um novo protesto na próxima semana, o 18º sábado de mobilização, um dia depois do fim do “grande debate”, em que se espera uma resposta de Macron. Agora a expectativa é reunir “toda França” em Paris para dar um “ultimato” ao governo.