Ex-secretário parlamentar disse que ordem foi dada por Geddel quando este cumpria em prisão domiciliar
O ex-secretário parlamentar da Câmara Job Ribeiro Brandão afirmou, em depoimento à Polícia Federal (PF), que o ex-ministro Geddel Vieira Lima (PMDB-BA) e o deputado Lúcio Vieira Lima (PMDB-BA) pediram a ele para destruir anotações, agendas e documentos que poderiam comprometer os dois peemedebistas. O pedido se deu quando Geddel estava em prisão domiciliar.
Job Brandão foi preso em setembro. A operação da Polícia Federal que encontrou R$ 51 milhões em um apartamento, em Salvador, usado como cofre pelo ex-ministro Geddel Vieira Lima. Job começou a a ser investigado pela PF porque os investigadores encontraram digitais dele no apartamento em que estavam escondidos os R$ 51 milhões e até em parte do dinheiro.
O ex-auxiliar do irmão de Geddel prestou depoimento aos policiais federais na última terça-feira (14). No depoimento, o ex-secretário parlamentar contou que, a pedido de Geddel, Lúcio e da mãe dos irmãos Vieira Lima, Marluce, auxiliou na destruição de documentos. Segundo ele, esses documentos foram picotados e jogados em um vaso sanitário. A secretária Milene Pena e a mulher de Lúcio, Patrícia, participaram da operação de descarte de documentos, segundo Job. Ele disse também que destruiu papéis relacionados à empresa Cosbat.
O ex-secretário parlamentar afirmou ainda que não sabia de onde vinha o dinheiro, mas informou que contava e separava as notas para repassar a pessoas no apartamento da mãe de Geddel e Lúcio. Ele disse que chegou a contar dinheiro dentro do apartamento do deputado Lúcio Vieira Lima.
O dinheiro ficava guardado em malas e caixas no closet do apartamento da mãe de Geddel e as caixas foram removidas, depois, para outro local, que ele desconhecia até a operação da PF que fez a apreensão histórica em setembro, contou Job. O ex-assessor disse que fazia entregas de grandes quantias, até R$ 3 milhões em dinheiro vivo, e que foi cinco ou seis vezes na Odebrecht, em Salvador, para pegar dinheiro com uma pessoa chamada Lúcia a mando de Geddel e de Lúcio. Job disse ter sido informado de que se tratava de dinheiro de doações de campanha.