Denúncia vazou porque medidas poderiam “agredir o meio ambiente”
Depois que adquiriu, junto com a Total, metade do Campo de Libra, leiloado no governo Dilma Rousseff, a Shell intensificou o lobby no Brasil em benefício de seus interesses. O ministro de comércio do Reino Unido, Greg Hands, conseguiu que o governo fantoche de Michel Temer alterasse as regras de exploração do Pré-sal para aumentar ainda mais os seus super-lucros.
O minstro inglês agiu em nome da BP, da Shell e da Premier Oil nos campos de tributação e regulação ambiental. A informação foi publicada pelo jornal “The Guardian” neste domingo (19). Em março, o ministro de comércio britânico, Greg Hands, viajou ao Rio de Janeiro, a Belo Horizonte e a São Paulo. De acordo com o jornal, ele teria se encontrado com o secretário-executivo do Ministério de Minas e Energia, Paulo Pedrosa, para discutir os interesses das empresas britânicas no Brasil.
A informação constava de um telegrama diplomático obtido pela ONG Greenpeace. Pedrosa respondeu ao ministro inglês que estava pressionando o governo brasileiro para atender às demandas das companhias, de acordo com o telegrama diplomático.
Uma das prioridades de Hands, segundo o telegrama, seria o afrouxamento das exigências de uso de conteúdo nacional na indústria do petróleo porque isso beneficiaria diretamente a BP, a Shell e a Premier Oil. Além disso, havia também exigências nas áreas de impostos. Em agosto, o Brasil propôs um plano de alívio tributário de vários bilhões de dólares para perfuração offshore e, em outubro, a BP e a Shell ganharam a maior parte das licenças de perfuração de águas profundas em um leilão do governo .
O Reino Unido não negou que tenha agido para favorecer suas empresas no pré-sal. Ele negou apenas que fosse lobby para enfraquecer o regime de licenciamento ambiental. Essa negativa sobre o meio ambiente foi feita porque a Inglaterra foi cobrada a dar explicações sobre as medidas pretendidas pela empresa porque elas poderiam significar agressão à natureza.