O Dia da Consciência Negra – 20 de novembro, foi comemorado em todo o país com atos, marchas, shows, debates, exposições e homenagens de todo o tipo, na segunda-feira (20 de novembro). Em São Paulo, milhares de pessoas participaram da 14ª Marcha da Consciência Negra. O ato foi organizado por entidades negras, sindicais e sociais e seguiu pelas ruas da capital até a região do Theatro Municipal, no coração da cidade.
Para Alfredo Oliveira Neto, presidente do Congresso Nacional Afro-Brasileiro (CNAB), o 20 de novembro é o dia de combate ao racismo, preconceito e discriminação.
“O Brasil passa por um momento dramático, são mais de 26 milhões de trabalhadores desempregados. Enquanto isso este governo vem privatizando as principais estatais do país, aumentando o gás, a luz, a gasolina, a água. Com isso faltando o alimento à mesa do trabalhador”, destacou.
“Este governo pega o dinheiro do orçamento para comprar deputados, se livrar da cadeia e se manter no poder. Chega de lei de escravidão, chega de reformas que vão levar o povo ao desespero, chega de reformas que vão levar os trabalhadores a não poder se aposentar. Basta. Fora Temer! Vamos livrar o Brasil desse poder corrupto”, ressaltou Alfredo.
As críticas ao que os manifestantes intitulam de “genocídio do povo negro” foram destaque dos discursos, como o do cantor Seu Jorge. “Eu não suporto mais a idéia de que nosso País é racista. Amo o povo brasileiro, mas a partir de agora eu estou com minha gente. Não aguento mais ver notícia de negros mortos”, disse o cantor.
A marcha seguiu pelas ruas da cidade, e apresentações do Ballet Paraisópolis e da bateria da Escola de Samba Acadêmicos do Tatuapé em frente ao Theatro Municipal, encerraram o evento.
A data em que o herói Zumbi dos Palmares foi assassinado pelas forças coloniais-escravistas em 1695, cresceu muito ao longo dos últimos anos e é comemorado em 1.045 cidades, segundo levantamento da Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (Seppir). O Dia da Consciência Negra se tornou oficial em 2003.
No Parque da Serra da Barriga, em Alagoas, onde se localizou o histórico Quilombo dos Palmares, que foi liderado por Ganga Zumba e depois por Zumbi. Mais de 20 mil pessoas participaram da comemoração. Todos os anos o Parque da Serra da Barriga recebe em média 20 mil visitantes. É o único da América Latina criado para a preservação da cultura negra no país. E em novembro foi reconhecido como patrimônio cultural do Mercosul.
No Rio de Janeiro, um ato foi realizado em volta do monumento a Zumbi dos Palmares, na Avenida Presidente Vargas, no centro da capital. O local foi tomado pelo som de instrumentos de percussão e de berimbaus, com grupos praticando capoeira diante da estátua do herói da resistência negra contra a escravidão.
Em Salvador (BA) uma multidão caminhou pelo centro da capital, a partir do Campo Grande, em direção ao Pelourinho, onde houve a lavagem da estátua de Zumbi.
A marcha teve como tema este ano um “Tributo a Carlos Marighella”, líder político que lutou e foi assassinado pela ditadura no final dos anos 60. Marighella era filho de mãe negra e pai italiano.
Em Belo Horizonte (MG), para marcar a data, a Diretoria de Políticas para a Igualdade Racial (DPIR) organizou uma extensa programação dentro do “Novembro Preto: BH Sem Racismo no Mês da Igualdade Racial”. Dentre as atividades que serão realizadas estão rodas de conversa, show, contação de histórias, cinema e simpósios. Um ato foi realizado na Praça 7 de Setembro, centro de BH.