
O operador tucano de propina, Paulo Vieira de Souza, o Paulo Preto, ex-diretor da Dersa, pediu a Gilmar Mendes, ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), para anular sua condenação de 145 anos e 8 meses de prisão por peculato, falsificação de dados e associação criminosa.
Nesta ação, Paulo Preto é acusado pelos desvios de R$ 7,7 milhões que deveriam ser aplicados na indenização de moradores impactados pelas obras do Rodoanel Sul e da ampliação da avenida Jacu Pêssego.
Ele foi condenado pela juíza Maria Isabel do Prado, da 5ª Vara Federal de São Paulo. Sua filha, a psicóloga Tatiana Arana de Souza, foi também condenada a 24 anos e três meses de prisão, e o ex-chefe do Assentamento da Dersa, José Geraldo Casas Vilela, a 145 anos e oito meses de prisão pelos mesmos crimes de Paulo Vieira de Souza.
Paulo Preto foi condenado um dia antes de completar 70 anos, data na qual o prazo para prescrição de seus crimes é reduzido pela metade. Por esse motivo a defesa dele pediu para Gilmar Mendes que o prazo para colhimento de provas seja reaberto, fazendo com que a condenação seja anulada.
O prazo para colhimento de provas, conforme o próprio Gilmar Mendes determinou, encerrou-se em 1º de março.
A argumentação formal da defesa é de que mais testemunhas precisam ser ouvidas.
Paulo Vieira, entre 2009 e 2012, inseriu dados de suas próprias empregadas no sistema que organizava o pagamento de indenizações e distribuição de apartamentos CDHU para pessoas que foram afetadas por obras públicas, como o trecho sul do Rodoanel. Houve 1.773 pagamentos indevidos de indenizações para falsos desalojados no prolongamento do complexo viário Jacu Pêssego. Os crimes de Paulo Preto resultaram em um desvio de R$ 7,7 milhões.
Paulo Preto foi preso preventivamente duas vezes no ano passado, mas foi solto após habeas corpus concedidos por Gilmar Mendes
Paulo Preto está preso preventivamente desde fevereiro. Ele foi alvo da Operação Ad Infinitum, 60ª fase da Lava Jato no Paraná. A Procuradoria o aponta como operador de propina para a Odebrecht.
Em outro processo, ele também foi condenado a 27 anos por fraudar licitações para favorecer um cartel de empreiteiras nas obras realizadas pela Dersa.
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