O Senado americano aprovou nesta quinta-feira (14) uma resolução contrária à emergência nacional declarada pelo presidente Trump para financiar o muro na fronteira com o México. A decisão representa uma grande derrota do governo já que partido do presidente tem a maioria no Senado.
A resolução que barra a emergência-fake decretada pela Casa Branca em15 de fevereiro só foi aprovada graças à dissidência de 12 senadores do Partido Republicano, que não cederam à pressão do presidente e, num gesto raro, votaram junto com a oposição.
O texto já havia sido aprovado na Câmara dos Deputados há duas semanas – sem surpresas, já que o órgão é controlado por maioria democrata – e foi então remetido ao Senado.
Foram 59 votos contrários ao estado de emergência, e 41 a favor. Todos os senadores do Partido Democrata votaram pela anulação do decreto.
O resultado no Senado deve forçar Trump a usar pela primeira vez seu poder de veto como presidente. Apesar das dissidências republicanas, o placar ficou muito abaixo dos 67 votos necessários para impedir o veto presidencial.
Trump publicou um tuíte de apenas uma palavra, já deixando claro seus próximos passos: “Veto!”, escreveu momentos depois da derrota no Senado. Em outra mensagem, disse estar ansioso para vetar a segundo ele, “abriria as fronteiras e aumentaria o crime, as drogas e o tráfico em nosso país”.
Com o veto de Trump, a resolução deve ser devolvida ao Congresso. Em novas votações, o texto precisará do apoio de dois terços da Câmara e do Senado para derrotar o veto, um resultado menos provável de acontecer.
A medida foi a forma encontrada pelo presidente para contornar a oposição no Congresso americano, que se recusa a liberar dinheiro para a obra.
Em seguida, o deputado democrata Joaquín Castro apresentou uma resolução à Câmara dos Representantes pedindo a anulação da declaração de emergência.
O texto contrário à emergência foi aprovado em fevereiro em uma votação na Câmara por 245 votos a 182. A margem – abaixo de dois terços – também não foi suficiente para impedir o veto presidencial.