A Marinha da Argentina, que procura um submarino – desaparecido com 44 tripulantes na quarta-feira (15) – informou que o capitão da nave ARA San Juan disse em sua última comunicação que a embarcação estava com problemas de bateria e que havia apresentado um “curto-circuito”. O comando terrestre pediu, então, que o comandante retornasse imediatamente a Mar del Plata, cidade balneária localizada na província de Buenos Aires.
O ARA San Juan é um dos três submarinos da Argentina e realizava exercícios de vigilância na área econômica exclusiva na altura de Puerto Madryn, na província patagônica de Chubut, após partir do porto de Ushuaia, no extremo sul do país. Quando ocorreu o último contato de rádio, o submarino se encontrava a 432 quilômetros mar adentro, próximo à região do Golfo San Jorge, como informou a Marinha em um comunicado. As buscas por ar e água ainda não deram resultados, e a Argentina recebeu ofertas de ajuda de vários países. África do Sul, Brasil, Chile, Peru, Uruguai e Estados Unidos colocaram à disposição de Buenos Aires barcos, aviões e toda a informação via satélite que possuem.
A angústia é grande entre os familiares dos tripulantes, que esperam notícias na base naval de Mar del Plata, centro das operações de busca e resgate, onde o “ARA San Juan” deveria ter aflorado no domingo. “A informação é que estão procurando, tomara que o localizem”, falou Carlos Mendoza, pai de Fernando, um dos tripulantes do “San Juan”.
“É preciso esperar, não há outra opção. Combinamos que íamos nos encontrar neste domingo em Mar del Plata e que íamos fazer um churrasco”, assinalou Carlos, irmão do marinheiro.
Na tarde de segunda, diante do prédio militar, repleta de cartazes com mensagens de solidariedade, várias pessoas trocavam informações. “Estão em situação estável dentro da incerteza”, explicou à AFP Enrique Stein, da equipe de psicólogos que assiste os familiares. “Tivemos poucas situações de crise, de choro e coisas assim”, disse, embora tenha admitido que “a angústia cresce”.
O porta-voz da Marinha, Enrique Balbi, disse que ainda há oxigênio e comida. A nave tinha provisões para 15 dias e pode estar com ou sem propulsão. O submarino iniciou viagem segunda, dia 13.