No troca-troca de ministros para garantir a aprovação do ataque à Previdência no Congresso Nacional, Michel Temer escolheu para seu ministro das Cidades, no lugar de Bruno Araújo (PSDB-PE) que pediu demissão, o deputado Alexandre Baldy (GO).
Atualmente sem partido, Baldy é primo do marqueteiro de Temer, Elsinho Bocó, e teria sido indicado para o cargo pelo presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ).
Baldy foi citado, em 2012, no relatório da CPI que investigou as relações do empresário de jogos de azar Carlinhos Cachoeira com políticos. O relatório apontava Baldy, então secretário da Indústria e Comércio do estado de Goiás no governo Marconi Perillo (PSDB), como o “menino de ouro de Cachoeira”.
Na época, o relatório que dizia que a relação do novo ministro das Cidades com Cachoeira era “quase familiar” foi arquivado na CPI. O texto aprovado não indicava ninguém. “Essa próxima e próspera ligação entre o secretário [Baldy] e membros do grupo criminoso chega ao ponto de Alexandre Baldy declarar que tem uma relação ‘quase familiar’ com Cachoeira”, dizia o relatório.
A informação é do jornal Folha de São Paulo, publicada na segunda-feira (20)
Atualmente, Baldy é o presidente da Frente Parlamentar pela Valorização do Setor Sucroenergético.
SAQUEADOR
Cachoeira foi preso em fevereiro de 2012, quando a Operação Monte Carlo foi deflagrada pela Polícia Federal (PF) e o Ministério Público Federal (MPF). Foi solto em 11 de dezembro do mesmo ano. No dia 30 de junho deste ano, Cachoeira foi novamente preso pela Operação Saqueador da PF e do MPF, que apurava lavagem de dinheiro e desvio de verbas em obras públicas. Deflagrada em junho de 2016, a investigação apontou um esquema que desviou R$ 370 milhões de cofres públicos.
Em agosto, sua prisão preventiva foi convertida em domiciliar, em condomínio de luxo em Goiânia.