Após resultados negativos da indústria e comércio em janeiro, o setor de serviços também fechou o primeiro mês do ano em queda de -0,3% na comparação com dezembro.
O setor, que hoje tem peso de mais de 80% da formação do Produto Interno Bruto (PIB) do país, ainda sofre com os efeitos da recessão – especialmente, da alta taxa de desemprego que inibe os serviços prestados às famílias e se desdobra na baixa contratação de serviços profissionais pelas empresas.
O receituário da política do novo governo – que conta com Paulo Guedes como ministro da Economia – não poderia desembocar em resultado diferente. Mas os dados foram recebidos com surpresa por alguns analistas do mercado, que esperavam que com o novo ano teríamos uma “virada” na recuperação da economia.
A variação negativa de -0,3% do volume de serviços prestados observado na passagem de dezembro para janeiro acometeu duas das cinco atividades pesquisadas que, juntas, representam 63% do volume total de serviços pesquisados: transportes, serviços auxiliares aos transportes e correio (-0,6%) e serviços de informação e comunicação (-0,2%), com o primeiro registrando a segunda taxa negativa seguida, período em que acumulou perda de -1,0%.
Cabe também destacar o resultado pífio do segmento de serviços profissionais, administrativos e complementares, que na passagem de dezembro para janeiro teve variação de 0,1%, após quedas acentuadas de -1% em novembro e -1,1% em dezembro.
“Trata-se da ausência quase absoluta de recuperação dos serviços demandados pelas empresas”, afirmam os economistas do Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi). “É um sintoma de que o quadro das empresas no País ainda é bastante adverso, trazendo perspectivas pouco favoráveis para o emprego de melhor qualidade.”
Indústria e comércio
O IBGE também divulgou os resultados da atividade da indústria e comércio em janeiro. A produção industrial caiu -0,8% na passagem de dezembro para janeiro. O comércio, por sua vez, teve variação de apenas 0,4% após queda de -2,1% em dezembro.
Na comparação com igual mês do ano anterior, o volume do setor de serviços avançou 2,1% em janeiro de 2019, com expansão em quatro das cinco atividades de divulgação, mas em apenas 45,8% dos 166 tipos de serviços investigados. Entre as atividades, a contribuição positiva mais relevante desse mês ficou com o ramo de serviços de informação e comunicação (3,4%), impulsionado, em grande medida, pelo aumento na receita das atividades de telecomunicações, de portais, provedores de conteúdo e outros serviços de informação na Internet, de desenvolvimento e licenciamento de programas de computador customizáveis e de consultoria em tecnologia da informação.
Na comparação por região, a pesquisa apontou retração em 14 das 27 unidades da federação. Entre os resultados negativos, São Paulo destaca-se com queda de -0,5%. O estado repete péssimo resultado já registrado também na produção industrial. Nesse setor, São Paulo tombou -5,3% em janeiro sobre janeiro de 2018.