O presidente nacional da OAB, Felipe Santa Cruz, afirmou que “comemorar a instalação de uma ditadura que fechou instituições democráticas e censurou a imprensa é querer dirigir olhando para o retrovisor, mirando uma estrada tenebrosa”.
A crítica do presidente da OAB acontece após Bolsonaro determinar comemorações no próximo dia 31 de março do golpe de 1964, que instalou 21 anos de ditadura no Brasil.
“Em um cenário de crise econômica, com quase 13 milhões de desempregados, é preciso olhar para a frente e tratar do que importa: o futuro do povo brasileiro”, disse Santa Cruz.
“Não podemos dividir ainda mais uma nação já fraturada: a quem pode interessar celebrar um regime que mutilou pessoas, desapareceu com seus inimigos, separou famílias, torturou tantos brasileiros e brasileiras, inclusive mulheres grávidas? Não podemos permitir que os ódios do passado envenenem o presente, destruindo o futuro”, completou o presidente da OAB.
A manifestação de Felipe Santa Cruz se soma a amplos setores do Congresso e do Judiciário, que repudiam o ato de Bolsonaro.
A Procuradoria Federal dos Direitos do Cidadão do Ministério Público Federal divulgou uma nota na terça-feira (26) afirmando que a intenção de Bolsonaro merece “repúdio social e político” e pode configurar improbidade administrativa.
A Defensoria Pública da União pediu que a Justiça Federal em Brasília proíba o governo de realizar quaisquer comemorações do golpe e que impeça a União de efetuar qualquer gasto público para esta finalidade sob pena de multa.