O governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), teve a sua cidadania italiana cassada, após operação da polícia da Itália no fim de março, por falsificação de documentos.
Sete brasileiros acusados pela fraude foram presos. Segundo a investigação, o governador e os cerca de 800 brasileiros que tiveram os passaportes cassados são acusados de terem pago ao grupo preso na operação para obter a cidadania italiana. Segundo a investigação, a quadrilha subornava cartórios, policiais e servidores públicos para a obtenção dos documentos falsos.
O esquema envolvia tráfico de influência, lavagem de dinheiro, tráfico de pessoas, tráfico de drogas, evasão de divisas e o uso de documentos e de residências falsas.
Ao todo, 800 brasileiros perderam o passaporte, entre eles juízes, promotores, um jogador da Chapecoense que morreu no acidente de 2016 e até o governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), podem responder por corrupção ativa, falsidade ideológica e ficar com o nome sujo perante os órgãos públicos italianos.
No dia 26 de março, a polícia italiana prendeu sete brasileiros, no âmbito da operação “Super Santos”, que por mais de um ano investigou casos de fraude.
“Somente em três dias eles transformavam cerca de mil brasileiros em cidadãos italianos, ao preço de € 7 mil (aproximadamente R$ 30 mil) em dinheiro vivo. As agências de negócios, administradas ilegalmente pelos brasileiros detidos, haviam se transformado em verdadeiras agências de turismo”, explicou a polícia italiana em nota.
O caso da fraude na cidadania foi revelado em fevereiro de 2018. Segundo Zema, o pedido de cidadania ocorreu por ele possuir um bisavô italiano. Então, ele contratou uma empresa de advocacia para fazer os trâmites da cidadania para e negou ter conhecimento da suposta fraude.
Na tarde desta terça-feira, o governador de Minas comunicou que o advogado da família Zema se dirigiu a Roma para regularizar a situação. “O processo do senhor Romeu e de todos os familiares da família Zema já foi regularizado perante a administração pública italiana comprovando, desta forma, as suas raízes na Itália e o seu direito ao reconhecimento de nacionalidade italiana”, disse o advogado do governador, Eduardo Chelotti.