Com o desemprego atingindo 13,1 milhões de trabalhadores, o percentual de famílias endividadas chegou a 62,4% em março deste ano. É importante notar que esse patamar não é atingido desde 2015 – evidenciando que este é mais um sintoma da crise econômica ainda não superada.
O índice de março, apurado pela Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), foi divulgado na quinta-feira (04). Na pesquisa de fevereiro, a entidade havia apurado um índice de endividamento de 61,5% e em março do ano passado, de 61,5% – ambos inferiores aos alcançado neste ano.
Já para a inadimplência – quando são consideradas as famílias com dívidas que necessariamente estão em atraso – também houve aumento ante fevereiro: percentual de 23,4% contra 23,1%.
Ainda segundo a pesquisa da CNC, o percentual de famílias que declararam não ter condições de pagar suas contas ou dívidas cresceu de 9,2% para 9,4% em março.
Não por acaso, o cartão de crédito foi apontado como o principal fator de endividamento, de 78% dos entrevistados.
Os bancos que operam no Brasil – que apesar da crise tiveram nos últimos anos os maiores lucros da história – assumem que são com os juros cobrados com cartão de crédito (atualmente em 295,5% ao ano) e nas operações para pessoa física – que garantiram seus vultuosos rendimentos.
O terceiro motivo apontado como fator de endividamento foram os carnês (14,4%) e, em terceiro, o financiamento de veículos (10%).
Desemprego
Além dos 13,1 milhões de desempregados, o IBGE aponta que os trabalhadores no subemprego e os que estão disponíveis para trabalhar, falta emprego 27,9 milhões de pessoas no país.