Pela sexta semana consecutiva, analistas do sistema financeiro reduziram a estimativa de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) para este ano. O boletim Focus divulgado pelo Banco Central nesta segunda-feira (8) projeta uma alta da economia brasileira de 1,97%, contra 1,98% estimado na semana passada.
Em janeiro, a expectativa era de alta de 2,53% para o PIB deste ano.
Até mesmo o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, já percebeu que o céu não é de brigadeiro. Em discurso no Fórum da Liberdade, em Porto Alegre, nesta segunda-feira, disse que os indicadores econômicos indicam ritmo de crescimento da economia “aquém do esperado”.
Segundo ele, diversos eventos atingiram a economia ao longo de 2018 e “produziram efeitos que persistem mesmo após cessados seus impactos diretos”.
A indústria, principal setor para uma polítia de desenvolvimento, está literalmente paralisada. Em janeiro teve uma queda de 0,9%. Em fevereiro, variação positiva de 0,7%, que não compensou a perda do mês anterior. Nos dois primeiros do ano, acumula um recuo de 0,2%.
De acordo com o Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (IEDI), “aquilo que a indústria ganhou em fevereiro mal conseguiu compensar seu declínio em janeiro. Como o final do ano passado já havia sido negativo, é nítido que a indústria parou. Isso se deu em um contexto em que as exportações já não ajudam como antes e a expansão da demanda interna permanece obstruída pelo elevado desemprego e pelas incertezas derivadas da esfera política”.
Ano passado, o PIB brasileiro cresceu 1,1%, conforme o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Para este ano, o BC estima, ainda, uma alta de 2% no PIB.