Mais de 40 mil pessoas se manifestaram no sábado, dia 6, em Berlim, contra o contínuo aumento dos aluguéis, e a concentração da propriedade das moradias da principal cidade da Alemanha em mãos de grandes proprietários e especuladores.
Segundo informação do site dw.com, grupos do setor imobiliário como Deutsche Wohnen e Vonovia, compraram milhares de prédios aproveitando os preços quando, no processo de reunificação do país, estavam muitos mais baixos que em outras capitais europeias.
Uma das propostas lançadas por diversas entidades sociais e associações é que a Prefeitura determine que a cifra máxima legal de propriedades permitida seja de 3.000 moradias e exproprie o resto.
Protestos semelhantes contra o aumento descontrolado dos valores dos aluguéis e a escassez de moradias ocorreram em outras 18 cidades alemãs, como Bochum, Dresden, Frankfurt, Munique e Stuttgart.
Durante a manifestação, os organizadores da iniciativa ‘Expropriar a Deutsche Wohnen & Co.’ deram início ao recolhimento de assinaturas para promover um referendo que visa a estatização de apartamentos que pertencem às empresas do setor imobiliário que atuam na cidade. Nesta fase inicial, a iniciativa precisa reunir 20 mil assinaturas, explicou o porta-voz da organização, Ruzbeh Taheri.
No bojo de uma convocação em nível europeu para um protesto contra os problemas da moradia, milhares de pessoas também se mobilizaram, neste sábado, nas ruas de Barcelona, Espanha, para protestar contra o aumento acelerado dos alugueis e a incidência cada vez maior dos despejos.
“A bolha de aluguel afeta a todo o continente. Tem a ver com uma mercantilização que acirra a transformação da moradia em um produto financeiro, o que provoca que cada vez seja menos acessível e estável”, assinalou Jaime Palomera, porta-voz do Sindicato de Inquilinos de Barcelona, onde o protesto reuniu mais de 10 mil pessoas, segundo os organizadores.
A marcha respaldada por mais de 70 entidades catalãs esteve encabeçada por uma faixa que dizia “Basta de aluguéis abusivos!”. Consignas como “O que acontece é que não temos casa” e “Se há um salário mínimo, por que não há um aluguel máximo?”, tomaram conta das ruas.
Houve ainda manifestações nas capitais da Inglaterra, Itália e França onde jovens e moradores em geral denunciaram a especulação imobiliária e a chamada “bolha dos aluguéis”.