O Ministério do Exterior do Irã designou, no dia 8, como terrorista o Comando Central dos Estados Unidos, Centcom, seção do Pentágono designada a atuar como braço militar de apoio à intervenção norte-americana em 27 países.
A decisão iraniana foi anunciada logo após a Casa Branca denominar terrorista a Guarda Nacional Revolucionária, (IRGC, sigla em inglês), corporação que integra as Forças Armadas do Irã.
Na ação, Trump se envolveu pessoalmente. Em declaração, ele acusou a organização militar iraniana, que não agride ninguém, de fazer aquilo que os Estados Unidos fazem ou ameaçam mundo afora, ou seja, em uma clara projeção perorou que o “Irã é um Estado patrocinador do terrorismo” e que a Guarda Revolucionária, “participa ativamente, financia e promove o terrorismo como instrumento de Estado”.
É só acompanhar, o que foi feito, com a inundação da Síria por bandos de terroristas mercenários financiados e treinados pela CIA, na atuação direta de Victoria Nuland ex-secretária de Estado para Assuntos Europeus e Eurasianos no Departamento de Estado dos EUA, no apoio aos fascistas para a derrubada do governo legítimo da Ucrânia, na devastação da Líbia, culminando com o pedido de Hillary pelo assassinato do líder Kaddafi e no esquartejamento da Iugoslávia, para detectar em quem as palavras de Trump exatamente se encaixam.
Em outro trecho de sua declaração, Trump deixou ainda mais clara a projeção ao afirmar que a Guarda Revolucionária do Irã seria “o principal instrumento do governo para dirigir e implementar sua campanha terrorista global”, sem se preocupar em apontar um ponto de todo o globo terrestre onde a organização militar iraniana atuaria.
Ao invés disso, os EUA têm o Centcom, que o Irã denuncia como instrumento de terrorismo, o Africom, que é o braço armado norte-americano designadamente definido para atuar militarmente na África, e o Comando do Sul, para atuar ou ameaçar atuar na América do Sul, sem falar no instrumento de provocações e intimidações encabeçadas pelos EUA na Europa, a Otan.
Aliás, em mais um gesto típico da intervenção norte-americana, Washington ameaça não só o Irã, mas qualquer país que queira negociar com a força iraniana: “se vocês fizerem negócios com a IRGC, estarão bancando terrorismo”.
Já Netanyahu, em mais uma presepada eleitoreira, no desespero de se manter no poder, disse, na véspera da votação para o parlamento israelenses – como se fosse o rabo a abanar o cachorro – que, nessa injustificada atitude, Trump atendeu a seu pedido e que isso “torna o mundo mais seguro”.
O ministro do Exterior do Irã, Mohammed Javad Zarif, disse que se for verdade aquilo que Bibi se arvora, “ele busca arrastar os Estados Unidos para um pesadelo”.
Os líderes iranianos já haviam alertado que denominar a Guarda iraniana de terrorismo, faria com que o Irã igualasse os Estados Unidos ao Daesh (o bando terrorista autodenominado Estado Islâmico).
O presidente da Comissão de Política Externa e Segurança Nacional do parlamento do Irã, Heshmatollah Falahatpisheh, informou que uma lei com esta finalidade já está sendo elaborada.